POLÍTICA
Lula nega tráfico de influência para favorecer a Odebrecht
Ex-presidente afirmou "jamais ter interferido" em qualquer contrato celebrado entre o BNDES e empresas privadas
Publicado em 16/10/2015 às 8:00
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou depoimento ontem ao Ministério Público Federal no inquérito que o investiga por suspeita de tráfico de influência em favor da Odebrecht. Segundo informações do Instituto Lula, o ex-presidente afirmou "jamais ter interferido" em qualquer contrato celebrado entre o BNDES e empresas privadas. Lula teria destacado, de acordo com assessores, "que sempre procurou ampliar as oportunidades de divulgação dessas companhias no exterior, com vistas à geração de empregos e de divisas para o Brasil".
Lula esteve com o procurador da República, Ivan Cláudio Marx. De acordo com nota divulgada pelo instituto, o ex-presidente prestou depoimento "voluntariamente". A nota diz ainda que "Lula respondeu às perguntas do procurador e argumentou que os presidentes e ex-presidentes do mundo inteiro defendem as empresas de seus países no exterior", ressaltando que "isso é motivo de orgulho".
De acordo com a assessoria, todas as suas palestras feitas estão declaradas e contabilizadas, com os devidos impostos pagos, e que jamais interferiu na autonomia do BNDES e nas decisões do banco sobre concessões de empréstimos. Em seu depoimento, ele teria dito ainda que "quem desconfia do BNDES não tem noção da seriedade da instituição".
A suspeita é que Lula tenha exercido influência para que o BNDES financiasse obras de Odebrecht, principalmente em países da África e da América Latina. A empreiteira bancou diversas viagens de Lula ao exterior depois que ele deixou a Presidência. As investigações correm na Procuradoria da República no DF em sigilo.
FICA, CUNHA
Decidido a articular a bancada do PT na Câmara para barrar a abertura de um processo de impeachment contra Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu ontem com deputados do partido que assinaram pedido de cassação do mandato do presidente da Câmara, Eduardo Cunha , a quem Lula propõe cessar fogo.
O ex-presidente recebeu 12 deputados do PT no hotel em que está hospedado em Brasília. Seis deles assinaram a representação que pede a cassação de Cunha.
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