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POLÍTICA

Machado reafirma, em nota, que Temer pediu recursos para Chalita

Em pronunciamento hoje, o presidente interino desmentiu acusações.

Publicado em 16/06/2016 às 19:50

O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado divulgou nesta quinta-feira (16) uma nota pública em resposta ao pronunciamento do presidente da República interino, Michel Temer. A delação premiada de Machado, no âmbito da Operação Lava Jato, tornou-se pública ontem (15). Em um dos trechos, Machado diz que Michel Temer pediu recursos ilícitos para a campanha do então candidato à prefeitura de São Paulo, em 2012, Gabriel Chalita. Em pronunciamento hoje, o presidente interino classificou de “manifestação irresponsável”, “leviana”, “criminosa” e “mentirosa” a declaração do ex-presidente da Transpetro.

Machado reiterou, na nota, o pedido feito por Temer e disse que, como presidente da Transpetro, encaminhou a solicitação de doação oficial à construtora Queiroz Galvão, que era fornecedora da Transpetro. No texto do acordo da delaçõa premiada, Machado afirma que o presidente interino Michel Temer negociou com ele, em 2012, o repasse de R$ 1,5 milhão em propina para financiar a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo. Esses recursos, de acordo com o ex-presidente da Transpetro teriam sido dados pela construtora Queiroz Galvão.

“Em setembro 2012, fui procurado pelo senador Valdir Raupp (PMDB-RO), presidente em exercício do partido, com uma demanda do então vice-presidente da República, Michel Temer: um pedido de ajuda para o candidato do PMDB a prefeito de São Paulo, Gabriel Chalita, porque a campanha estava em dificuldades financeiras”, diz a nota. “Naquele mesmo mês, estive na Base Aérea de Brasília com Michel Temer, que embarcava para São Paulo. Nos reunimos numa sala reservada; Na conversa, o vice-presidente Michel Temer solicitou doação para a campanha eleitoral de Chalita”, continuou Machado, na nota.

Ele também disse que o então “vice-presidente e todos os políticos citados sabiam que a solicitação seria repassada a um fornecedor da Transpetro, através de minha influência direta. Não fosse isso, ele teria procurado diretamente a empresa doadora”. Sérgio Machado diz que “é fato” que nunca esteve com Gabriel Chalita.

O conteúdo da delação premiada do ex-presidente da Transpetro provocou reações de políticos em Brasília. Além do presidente interino, que fez pronunciamento, em que classificou de mentirosas e levianas as declarações de Machado, o presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL), também desqualificou Machado e o uso da delação premiada. Renan é apontado por Machado como receptor de mais de R$ 30 milhões em propinas.

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Jornal da Paraíba

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