POLÍTICA
Maioria da bancada federal da Paraíba é contra a volta da CPMF
Pelo menos seis deputados e um senador são contrários à criação do novo imposto, que pode retornar com alíquota de 0,38%.
Publicado em 16/09/2015 às 7:25
Se depender da bancada federal da Paraíba, o retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), anunciado pela equipe econômica da presidente Dilma Rousseff (PT), não vai ser aprovada no Congresso Nacional. Pelo menos seis deputados e um senador são contrários à criação do novo imposto, que pode retornar com alíquota de 0,38% sobre todas as transações financeiras feitas por correntistas.
Isto porque, além dos 0,20% propostos na segunda-feira pelo governo federal, para acrescentar R$ 32 bilhões ao orçamento de 2016 a fim de cobrir os gastos da União com a previdência social, a matéria deve ir para análise do Congresso Nacional com mais 0,18% para atender aos estados e municípios.
Líder dos tucanos no Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB) disse que a orientação do partido é barrar o novo tributo. “A população está sacrificada e sufocada e não aceita mais pagar impostos, principalmente diante dos episódios de corrupção que o país vive, dos péssimos serviços e da falta de credibilidade do governo. De forma responsável, analisaremos cada uma das medidas para tentar melhorar aquilo que pode ser melhorado e rejeitar o que pode ser rejeitado, sobretudo o que represente aumento de impostos”, garantiu.
Na Câmara Federal, a maioria dos parlamentares da Paraíba também tem resistência à proposta. O deputado Benjamin Maranhão lembrou que a população enfrenta uma carga tributária de 37% do Produto Interno Bruto (PIB) e que por isso deverá votar contra a nova CPMF. “Essa carga só se compara a países que têm serviços de saúde, educação, segurança de qualidade, o que não é o caso do Brasil”, criticou.
Também da bancada oposicionista, o deputado Efraim Filho disse que o governo não terá seu voto para criação de novos impostos. Já Rômulo Gouveia (PSD) entendeu como um equívoco da presidente Dilma a criação de mais tributos, impostos. “O brasileiro não suporta mais. Sou filho da CPMF e acho que o Brasil precisa mesmo é de uma reforma tributária. Já pagamos muitos impostos”, lamentou.
Aliados do governo preferem não entrar no mérito da discussão. A bancada peemedebista ainda está aguardando a orientação das lideranças sobre a matéria. O senador José Maranhão e o deputado Veneziano (PMDB) disseram que só devem se posicionar após definição do partido do vice-presidente da República, Michel Temer.
Único peemedebista a antecipar seu posicionamento, por sinal contrário à volta da CPMF, foi o deputado Manoel Júnior (PMDB). O parlamentar acredita que o Congresso Nacional não aprovará o aumento da carga tributária que faz parte do “pacotaço” do governo.
Único do partido da presidente Dilma, o deputado Luiz Couto (PT) disse que vai aguardar a orientação da liderança petista. Já os deputados Wellington Roberto (PR), Damião Feliciano (PDT) e Aguinaldo Almeida (PP) não foram localizados pela reportagem.
Contrários à volta da CPMF
Senador Cássio Cunha Lima (PSDB) diz que população está sacrificada e não aceita mais pagar impostos.
Deputado Efraim Filho (DEM) afirma que o governo federal não terá seu voto para criação de novos tributos.
Deputado Benjamin Maranhão (SD) lembra que a população já enfrenta a carga tributária de 37% do PIB.
Deputado Pedro Cunha Lima (PSDB) acompanha partido e antecipa que votará contra a criação da CPMF.
Deputado Rômulo Gouveia (PSD) vê equívoco da presidente Dilma ao decidir pela criação de mais impostos.
Deputado Manoel Júnior (PMDB) diz que Congresso Nacional não aprovará o aumento da carga tributária.
Ainda não decidiu
Senador José Maranhão (PMDB) informa que vai ouvir Michel Temer antes de decidir sobre pacote.
Deputado Veneziano Vital do Rêgo (PMDB) também ouvirá Michel
Temer antes de anunciar sua posição.
Deputado Luiz Couto (PT) informa que vai aguardar a orientação da liderança petista na Câmara Federal.
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