POLÍTICA
Moro diz que dinheiro da corrupção não volta sem cooperação
Em palestra realizada neste sábado (28) na Capital, juiz afirmou que trabalho depende de apoio internacional para avançar.
Publicado em 28/05/2016 às 12:51
O juiz federal Sérgio Moro cobrou uma maior colaboração entre os país para o combate à corrupção. Responsável pela condução da Operação Lava Jato, que investiga desvio de recursos da Petrobras, o magistrado realizou na manhã deste sábado (28) a palestra magna de encerramento da Conferência Internacional “Investimento, Corrupção e o papel do Estado – Um Diálogo Suíço-Brasileiro”, realizada no Centro Cultural Ariano Suassuna, no anexo do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, em João Pessoa.
Moro destacou que uma barreira a se vencer, no que se refere ao combate à corrupção, é o fato de que os crimes atualmente ultrapassam as fronteiras e é preciso da colaboração dos organizamos internacional para avançar nas investigações para localizar e reaver o dinheiro desviado, muitas vezes ocultados em paraísos fiscais como Uruguai, Panamá, Ilhas Virgens, Mônaco, Belize, Andorra, Suíça.
Segundo o magistrado, apesar das dificuldades, alguns países tem colaborado, como a Suíça, para onde são destinados boa parte do dinheiro desviado nos esquemas de corrupção, mas em alguns casos as investigações esbarram em barreiras formais e procedimentais. “Por vezes, alguns países só liberam as informações depois da investigação ser concluída”, comentou, enfatizando que, graças à colaboração internacional, parte dos recursos desviados já estão sendo devolvidos aos cofres públicos brasileiros. Moro citou o exemplo dos R$ 98 milhões desviados por um diretor da Petrobras, que foram repatriados ao Brasil.
Sérgio Moro, ainda, voltou a defender o instituto da delação premiada, que vem sendo questionada pelo Congresso Nacional. Para o juiz da Lava Jato, que tem usado o mecanismo para avançar nas investigações, o combate à corrupção seria mais difícil. “O dinheiro tem coração de coelho e patas de lebre – ele circula muito rápido”, enfatizou.
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