POLÍTICA
Neutralidade provoca polêmica no 2º turno das eleições
Para cientista político Gilberg Santos, posição neutra na etapa final das eleições é falsa.
Publicado em 20/10/2012 às 19:45
O segundo turno das eleições em João Pessoa e Campina Grande está sendo marcado em tese pela neutralidade da maioria dos candidatos a prefeito que não se credenciou para a etapa final do pleito no dia 28 de outubro. Em João Pessoa, Estelizabel Bezerra (PSB) e José Maranhão (PMDB), respectivamente terceira e quatro colocado no primeiro turno, garantem que estão neutros, ou seja, não apoiam o prefeitável Luciano Cartaxo (PT) nem Cícero Lucena (PSDB). Em Campina, postura idêntica foi tomada por Daniella Ribeiro (PP) e Artur Bolinha (PTB). Para o cientista político e professor da Universidade Estadual da Paraíba Gilberg Santos, esta neutralidade não existe.
Na capital, Maranhão, que recebeu o apoio de Cícero Lucena na eleição para o Governo, em 2010, e teve Luciano como seu vice-governador no mandato-tampão, “liberou” os aliados para apoiar qualquer candidato. Por sua vez, Estela e o PSB orientaram os aliados a votar nulo, em branco ou adotar a abstenção. Na Rainha da Borborema, Daniella e Bolinha liberaram os correligionários.
FALSO
“Atores políticos relevantes que participaram ativamente (como candidatos) do primeiro turno passaram a assumir uma postura de neutralidade para este segundo turno. Considero que nada pode ser mais tendencioso do que a neutralidade de um ator político. Se na política vive-se de fazer escolhas e buscar alternativas, adotar a neutralidade soa, no mínimo, falso”, assevera o cientista.
Para ele, assumir-se neutro é não ter (ou não querer ter) uma posição definida. Ele acrescenta que a neutralidade na política é, em geral, a atitude de quem prefere não assumir uma posição política à frente de todos para se preservar para outros momentos. “De antemão eu devo dizer que a neutralidade não existe. Quando um ator político se assume neutro está na verdade assumindo uma postura política, portanto está deixando de ser neutro”, assevera Gilberg Santos.
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