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POLÍTICA

Novas brigas impedem votações e tornam Assembleia improdutiva

Oposição, sem votos suficientes para derrubar os vetos, tentou colocar a ordem do dia em votação e gerou troca de acusações o que impediu a análise de qualquer matéria.

Publicado em 23/03/2010 às 17:03

Phelipe Caldas
Fotos de Aguinaldo Mota/Assessoria AL

A Assembleia Legislativa da Paraíba viveu na tarde desta terça-feira (23) mais um dia de brigas e debates improdutivos. A pauta previa a votação de oito mensagens do Governo da Paraíba, mas os situacionistas novamente pediram que fossem priorizados a análise dos vetos.

A bancada de oposição, sem votos suficientes para derrubar os vetos, tentou colocar a ordem do dia em votação, gerando uma série de acusações mútuas e um clima de tensão que impediu a análise de qualquer tipo de matéria. Depois de mais de uma hora de brigas tensas, nada foi votado e uma reunião de líderes foi marcada para a manhã desta quarta.

O líder do Governo na AL, Gervásio Filho (PMDB), lembrava que as matérias do governador José Maranhão (PMDB) eram logicamente de interesse da bancada, mas ele apelou para o "respeito a constituição" para votar antes os vetos. "A pauta está trancada e nada pode ser votado antes. Tudo o mais é inconstitucional e é um absurdo", disparou.

Diante da insistência do presidente interino da Casa, o deputado estadual Ricardo Marcelo (PSDB), em votar normalmente as matérias sem incluir os vetos, Gervásio apelou até mesmo para o além. "Isto é um completo absurdo. Pelo amor de Deus, respeitem a Constituição da Paraíba. Votem os vetos antes", reclamou aos gritos. "Estou hoje envergonhado. Isto é uma excrescência no parlamento", prosseguiu.

A oposição resistiu. O deputado tucano Zenóbio Toscano lembrou que a discussão já tinha entrado em pauta na semana passada e que uma Comissão de Méritos tinha sido criada na ocasião justamente ppara discutir os vetos. "Eles só podem entrar em pauta depois desta análise. Vamos logo votar a Ordem do Dia", exigiu.

Ricardo Marcelo acatou a sugestão e ensaiou um início de votação. E mais uma vez os governistas se revoltaram. "Vamos cumprir ou não a constituição? É a hora de sabermos quem defende a carta magna da Paraíba ou quem passa por cima dela. A Casa não pode parar para atender aos caprichos do presidente Arthur Cunha Lima (PSDB) e do deputado Zenóbio Toscano", falou ao gritos Gervásio, interrompendo mais uma vez a sessão.

O petista Jeová Campos também entrou no debate. "Existe um interesse claro dos oposicionistas em não votar projetos de interesse do povo. Eles vêm sempre com medidas procrastinatórias para impedir estas votações", destacou.

Zenóbio e o líder da oposição, Manoel Ludgério, exigiram que a votação começasse, e Ricardo Marcelo chegou a cortar o microfone de Gervásio Filho para permitir que os projetos da Ordem do Dia fossem votados. Neste momento, quase uma hora depois do início da confusão, os situacionistas saíram em massa do plenário.

Mais gritos, mais trocas de acusações, mas desta vez a situação conseguiu evitar que a votação fosse realizada sem antes os vetos fossem analisados. Como saída, Ricardo Marcelo encerrou a Ordem do Dia e marcou para às 11h da manhã desta quarta-feira (24), no gabinete da Presidência, uma reunião de líderes para discutir a questão.

Imagem

Jornal da Paraíba

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