POLÍTICA
O certo mesmo é ser antifascista. O que é abominável é ser fascista
Publicado em 13/08/2020 às 6:24 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:55
Dois exemplos bem simples.
O primeiro:
No passado, mesmo durante a ditadura, os ex-combatentes desfilavam com orgulho no 7 de setembro. Eles ainda eram muitos. Haviam lutado contra o nazifascismo na Itália.
O segundo:
No passado, mesmo durante a ditadura, os cinemas exibiam filmes que falavam sobre os horrores do nazifascismo. Havia censura, mas o crítico não era importunado por escrever contra o nazismo ou o fascismo.
No presente, o Ministério da Justiça é acusado de investigar a vida de brasileiros antifascistas e produzir um documento secreto sobre eles.
O dossiê foi parar no Congresso, e a questão está nas mãos do Supremo. De tão grave, chegou à ONU.
É muito estranho.
Ou: deveria ser muito estranho.
Ora!
O governo do Brasil investiga os antifascistas?
É isso mesmo?
Quer dizer que é negativo ser antifascista?
Quer dizer que ficou perigoso ser antifascista?
Pensei que era o contrário.
O ruim era ser fascista.
O fascismo é que era abominável, não o antifascismo.
Parecia tão simples, não?
Deixou de ser.
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