PF desarticula desvio de R$ 20 milhões na PB e mais quatro estados

Uma operação da Polícia Federal foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (22) com o objetivo de desarticular uma or organização criminosa responsável por fraudar licitações em diversos municípios da Paraíba. Segundo a investigação, o esquema desviou dos cofres públicos um montante que pode ultrapassar R$ 20 milhões, entre 2015 e 2018, relativos à execução de obras de construção civil. O grupo também agiu nos estados do Ceará, Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte.

A Operação Recidiva acontece em conjunto com o Ministério Público Federal e o Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU).

A investigação que resultou na Operação Recidiva, reuniu elementos probatórios que indicam a existência de uma organização criminosa do colarinho branco, com o objetivo reiterado de fraudar licitações públicas. Além disso, o grupo é suspeito de lavar o dinheiro público desviado e fraudar os fiscos federal e estadual.

Foram expedidos, pela 14ª Vara Federal de Patos, Sertão da Paraíba 8 mandados de prisão temporária, 7 mandados de prisão preventiva, 27 de mandados de busca e apreensão e 17 mandados de sequestro de bens. As ordens estão sendo cumpridas Imaculada, Juru, Patos, São José do Bonfim, São Sebastião de Lagoa de Roça e Teixeira, além de Fortaleza e Quiterianópolis no estado do Ceará.

De acordo com o MPF, há inveterada reincidência, neste novo caso, de pessoas que já foram investigadas nas operações Desumanidade e Dublê, também ocorridas no âmbito da Procuradoria da República no Município (PRM) de Patos.

Ainda conforme o Ministério Público Federal, alguns envolvidos “fazem do crime sua profissão e não se intimidaram em renovar seus esquemas ilícitos, mesmo quando já descobertos em duas outras oportunidades [operações Dublê e Desumanidade], recaindo novamente nas mesmas práticas criminosas”.

A Justiça Federal determinou o sequestro de todos os bens móveis e imóveis dos envolvidos, até o montante total de R$ 2,3 milhões, com o objetivo de ressarcir os danos ao erário.

As buscas estão sendo realizadas em residências e estabelecimentos comerciais dos dois estados, sendo oito em prefeituras paraibanas. Em todos os locais existem documentos e bens de interesse da investigação. O objetivo é impedir que o grupo criminoso inutilize ou destrua provas ou bens adquiridos com o proveito do crime.

'Recaída'

O nome da Operação Recidiva significa reaparecimento, recaída, reincidência, e faz alusão a prática repetitiva dos mesmos crimes e do mesmo modus operandi pelos investigados, que já foram alvo de ações semelhantes

Foram mobilizados para a Operação Recidiva cerca de 105 policiais federais e 14 auditores da CGU. Os investigados serão conduzidos à sede da Delegacia de Polícia Federal em Patos, onde serão interrogados.

Os nomes de todos os envolvidos e mais detalhes da Operação Recidiva vão ser divulgados em uma entrevista coletiva de imprensa, na manhã desta quinta, em um hotel na cidade de Patos.