Oposição já reúne 14 assinaturas para a CPI

Os deputados de oposição ao governo do Estado na Assembleia Legislativa já reuniram o número necessário de assinaturas para instalar a 'CPI dos Livros'. O mínimo exigido seriam 12 assinaturas, e foram coletadas até ontem 14 assinaturas. A Comissão Parlamentar de Inquérito tem como objetivo apurar supostas irregularidades em licitação feita pela Prefeitura de João Pessoa para a compra de livros, no valor de R$ 2,3 milhões. Denúncias feitas pelo empresário Daniel Gonçalves, dono da empresa New Life, vencedora da licitação, dão conta de um suposto desvio de recursos para a campanha eleitoral de governador, nas eleições de 2010.

O deputado Anísio Maia (PT) chegou a desafiar o governo do Estado a orientar os deputados da sua bancada a assinarem o pedido de CPI. “O secretário da Comunicação, Nonato Bandeira, disse que a CPI é interessante e não tinha problema da bancada do governo assinar. Mas, para que isso seja verdade, ele teria que orientar os deputados do governo a assinar”, disse Anísio Maia.

O líder da oposição André Gadelha (PMDB) disse que o pedido de CPI será baseado em documentos, com destaque para a comprovação do saque de R$ 2,3 milhões em nome da sua empresa, sem que ele tenha endossado o cheque, e ainda uma procuração com carimbo de cartório que ele não tem firma reconhecida. “Então existe fundamentação para instalar uma CPI para investigar esse indício de caixa 2”, disse André Gadelha.

Por outro lado, para o deputado da bancada governista Adriano Galdino (PSB), alguns deputados da oposição, como Aníbal Marcolino (PSL) e Anísio Maia (PT), “têm se preocupado em atingir o governador e procurado denegrir a imagem do governo”, transformando a Assembleia em um palanque político-eleitoral. Ele disse, ainda, que não assina o pedido de CPI porque entende que essa discussão não compete à Assembleia. “Esse é um assunto municipal, deveria ser apurado na Câmara de João Pessoa”, frisou.

O deputado André Gadelha (PMDB), líder da oposição, revelou que está reunindo documentos para fundamentar, junto à Polícia Federal um novo pedido de proteção para o empresário delator do suposto “esquema”, já que a PF devolveu à AL o ofício no qual a oposição solicitava segurança para o empresário, por falta de documentação, fundamentação e justificativa.