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POLÍTICA

Pais seguem sem herdeiros na política na Paraíba

Apesar de estarem no poder, lideranças não devem lançar filhos nas eleições . 

Publicado em 13/08/2017 às 7:00

Os filhos seguirem a carreira dos pais historicamente é bem comum, principalmente quando se trata do universo sedutor do poder e da política. Apesar da facilidade de perpetuação no poder através de seus herdeiros, como forma de assegurar espaços nos currais eleitorais, há um movimento crescente de personalidade políticas que têm filhos que optam por não seguir o ofício dos pais, preferindo se manter apenas nos bastidores.

Ricardo Coutinho engaja os filhos nas campanhas eleitorais (foto: arquivo pessoal/Facebook)

Um dos maiores combatentes do paternalismo, Ricardo Coutinho (PSB) tem amargado a dificuldade de produzir um sucessor na política. No fim do seu segundo mandato como governador da Paraíba, o socialista tem dois filhos, mas apenas um deles tem idade para disputar eleições. Apesar de vestir a camisa nas duas eleições estaduais do pai, Rico Coutinho não acena com a possibilidade de se candidatar nas eleições do próximo ano. O primogênito tem investido no empreendedorismo e faz apenas aparições esporádicas em eventos do PSB.

Resta para Ricardo aguardar se o caçula Henri Coutinho, fruto do seu casamento com a jornalista Pâmela Bório, vai se encantar com o ofício e se candidatar a um cargo político quando tiver idade suficiente. O menino mora com o pai na Granja Santana, residência oficial do governador, em João Pessoa, e acompanha a rotina administrativa do pai, bem de perto. Mais recentemente, inclusive, ele invadiu a transmissão ao vivo do programa do pai na Rádio Tabajara, o Fala Governador.
Por ora, o que se especula nos bastidores é que a irmão do governador, Sandra Coutinho (PSB), é quem deve embarcar em uma candidatura ao cargo de deputada estadual nas eleições do próximo ano. O nome foi ventilado durante a solenidade de inauguração do Centro Administrativo do Legislativo e teria a benção do presidente da Casa e seu correligionário, Gervásio Maia (PSB), que sonha com a Câmara Federal.
Maranhista
De uma tradicional família política e há mais de 60 anos ocupando cargo eletivos, o senador José Maranhão (PMDB) também ainda não tem herdeiros diretos na política. Os dois filhos da união com a desembargadora Fátima Bezerra Cavalcanti, Maria Alice Maranhão e Leônidas Maranhão, preferiram seguir carreiras distintas a do pai. Alicinha Maranhão é formada em Direito e atualmente estuda Medicina em uma faculdade particular de João Pessoa. Já o caçula, apesar de compartilhar o gosto pela aviação e automobilismo do pai, formou-se em Educação Física e se mantém alheio à política.
Senador José Maranhão seguiu carreira do pai, "seu Benja", mas o filho compartilha apenas gosto pela aviação (Acervo Humberto Lucena/Arquivo pessoal)
O peso do nome da família tem sido carregado pelos sobrinhos do senador, Benjamin Maranhão, deputado federal pelo SD, e a suplente de deputada estadual Olenka Maranhão (PMDB), que atualmente ocupa o cargo de secretária do Trabalho, Produção e Renda na gestão do prefeito Luciano Cartaxo (PSD).
No Senado, o líder do PMDB Raimundo Lira também não tem filhos pleiteando disputar cargo político, pelo menos não para o próximo ano. Os quatro filhos do senador - Rodolfo, Isabela, Eduardo e Rogério - não são ligados à política.
Filhos de Lira prestigiam carreira do pai no Senado, mas não arriscam entrar na política. Foto: Divulgação
Ainda na bancada da Paraíba no Senado, nem mesmo o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) teve facilidade para conseguir manter o legado da tradicional família Cunha Lima. Após o declínio do primogênito Diogo e da filha Marcela, restou para o caçula Pedro Cunha Lima (PSDB) embarcar no projeto. Acabou como o mais votado deputado federal nas eleições gerais em 2014 e hoje não abre mão de continuar na política, devendo disputar a reeleição em 2018.
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Jornal da Paraíba

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