POLÍTICA
Paraíba tem 'briga' por municípios nas regiões metropolitanas
Além das 12 regiões existentes, Estado pode ganhar mais três. São tantas que alguns municípios chegam a figurar em mais de uma região.
Publicado em 02/08/2015 às 11:30
Não bastassem as 12 regiões metropolitanas já em vigor na Paraíba, a Assembleia Legislativa pôs em votação a criação de mais outras três. Caso as propostas sejam aprovadas, 83,85%, do universo dos 223 municípios paraibanos, estarão integrados com o interesse de se tornar uma região metropolitana. A quantidade é tão alta para o porte do Estado que pelo menos 13 cidades estariam em duas regiões ao mesmo tempo, se não o legislador não tivesse tido o cuidado de excluí-las.
A região metropolitana com o maior número de municípios integrados é a de Campina Grande, que também lidera a lista por ter sido a que mais sofreu perdas com a formulação de novas regiões. Conforme a Lei Complementar que a criou, em 2009, há 27 municípios em sua formação inicial. Com a criação da região metropolitana de Esperança, sete municípios que integravam a região metropolitana de Campina Grande foram excluídos para reforçar a nova que tem só nove municípios e não mais do que 140 mil habitantes, considerando os dados do IBGE.
Já a região de Itabaiana, incorporou duas cidades – Ingá e Riachão do Bacamarte – que pertenciam à região metropolitana de Campina Grande depois da sua criação, três anos depois. Mesmo ao incluir dois municípios que já pertencem a outra região metropolitana, a de Itabaiana não chega a 135 mil habitantes.
A densidade populacional e o perfil de metrópole, inclusive, não é muito levado em consideração pelos deputados na hora de propor a criação da região metropolitana. Tanto é assim que a menor região metropolitana, a de Araruna, concentra em torno de 67 mil habitantes. Quem também não passa de 100 mil habitantes é a região metropolitana de Barra de Santa Rosa, em vigor desde 2012, com pouco mais de 80 mil habitantes do somatório da população de oito municípios contemplados por ela.
Outro detalhe que chama a atenção é que a região metropolitana é quase sempre polarizada pela cidade natal do autor da proposta ou pela área em que tem fortes bases eleitorais ou pretensões políticas. Foi assim quando os então deputados peemedebistas Chica Motta e André Gadelha propuseram, respectivamente, a criação das regiões metropolitanas de Patos e Sousa, no ano em que disputariam a eleição para a prefeitura dos municípios.
Com o intuito de fortalecer o reduto eleitoral ou dar um status de metrópole à região com a qual tem laços políticos e afetivos, o deputado Wilson Braga conseguiu aprovar a região metropolitana do Vale do Piancó, e José Aldemir emplacou a região metropolitana de Cajazeiras. A receita é amplamente usada na Assembleia.
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