POLÍTICA
Parlamentares preparam debandada dos partidos na Câmara de JP e na Assembleia
Desconforto e perseguição serão os argumentos usados por vereadores e deputados para a mudança de sigla.
Publicado em 13/01/2016 às 8:50
Com a reforma política aprovada no ano passado, um novo troca-troca de partidos é esperado para o mês de março. Embora as articulações entre pré-candidatos e legendas sigam com força total neste recesso parlamentar, as definições só devem acontecer às vésperas do dia 2 de abril, quando encerra o prazo de filiação para quem quer disputar a eleição deste ano. Até porque a reforma ainda prevê a chamada “janela da infidelidade”, que permite a desfiliação, sem perda de mandato, nos 30 dias anteriores ao fim do prazo de filiação exigido para as candidaturas, ou seja, março de 2016.
Por hora, vereadores e deputados adiam quanto podem a decisão de mudar ou não de partido. Na Câmara de João Pessoa, além daqueles que não escondem insatisfações e já dão sinais de que deixarão o partido, como o vereador Edson Cruz (PP), outros poderão ser levados a isso diante do direcionamento da sigla em 2016. É o caso dos vereadores Bosquinho (DEM) e Marco Antônio (PPS). O primeiro já disse que não deixa a base do prefeito Luciano Cartaxo (PSD), mas o DEM deverá apoiar a candidatura socialista (de João Azevedo), já que são aliados no âmbito estadual – o que o coloca numa situação, no mínimo, delicada.
Já Marco Antônio, líder da bancada de situação na Câmara, é do mesmo partido do vice-prefeito Nonato Bandeira, contudo, correligionários de Bandeira e do prefeito Luciano Cartaxo (PSD) dão como certo o rompimento dos dois. Se as previsões se confirmarem, a situação de Marco Antônio na liderança da bancada se tornará insustentável. A saída alternativa para os dois vereadores, mas aí os partidos terão que concordar, é a dissidência.
Em várias entrevistas concedidas no final do ano passado, Bosquinho admitiu que essa pode ser uma solução para o problema, mas depois que a direção estadual do DEM tirou o comando do diretório municipal das suas mãos, a ideia de mudança de partido se tornou ainda mais concreta. Já Marco Antônio vem adotando um discurso diplomático e tem preferido adiar a discussão. Ambos foram procurados por telefone para comentar o assunto, mas não atenderam as ligações.
Mudanças à vista na Assembleia
Especula-se, também, que o PSD terá perdas de vereadores no iminente troca-troca. Isso porque o partido não teria força para reeleger tantos nomes. Depois que Cartaxo trocou o PT pelo PSD, a bancada do partido na Câmara saltou de um para quatro vereadores. Além de Raíssa Lacerda, estão no partido os ex-petistas Bira e Benilton Lucena, além de Marmuthe Cavalcante, que estava sem sigla. A mudança em outubro ocorreu justamente em razão do antigo prazo de filiação, que era de um ano antes da eleição. Como a presidente Dilma Rousseff ainda não havia sancionado as mudanças da reforma política, os três preferiram garantir legenda.
Edson Cruz (PP)
Está de olho no movimento do partido que, apesar de integrar a base aliada de Cartaxo, atualmente, discute uma composição com o PSB
Bosquinho (DEM)
É um dos maiores defensores da gestão de Cartaxo, porém, o seu partido caminha para confirmar apoio à candidatura do candidato do PSB
Marco Antônio (PPS)
Líder do governo na Câmara Municipal, tem externado preocupação com a aproximação do seu partido com o PSB do governador Ricardo Coutinho
José Aldemir (sem partido)
Atualmente sem partido, após deixar o PEN, tem recebido sucessivos convites para filiação. Um destino provável é o PP de Aguinaldo Ribeiro. Ele quer disputar a prefeitura de Cajazeiras
Zé Paulo (PC do B)
O deputado estadual tem como projeto disputar a prefeitura de Santa Rita. Para isso, poderá migrar para o PSB do governador Ricardo Coutinho
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