PB teve participação no impeachment de Collor

Há exatamente 20 anos, a população se mobilizava para experimentar pela primeira vez a força da democracia desde o fim do Regime Militar. O presidente da República Fernando Collor de Mello, eleito com 35 milhões de votos, estava se afastando do cargo que ocupava desde 15 de março de 1990 atolado num mar de escândalos de corrupção, Collor não aguentou a pressão nas ruas e no Congresso Nacional e renunciou ao mandato para tentar fugir do impeachment. Em todo o processo, a Paraíba teve uma participação estratégica e decisiva para o desfecho que teve o autodenominado ‘Caçador de Maracajás’.

Então senador pela Paraíba, Antônio Mariz foi figura chave no início do processo que culminou com o impeachment de Collor no Congresso Nacional. Nomeado para ser o relator do parecer da comissão especial do Impeachment pelo Senado, Mariz elaborou um dossiê com documentos de provas, oitivas de testemunhas que demonstraram a materialidade dos delitos imputados a Collor.

As acusações, conforme concluiu o então senador Antônio Mariz apontavam para um esquema de corrupção no governo que envolvia pessoas próximas ao presidente, como Paulo César Farias, ex-tesoureiro da campanha de Collor.

Em seu voto, Mariz já previa o futuro político do presidente: “este é, sem dúvida, um momento histórico, construído com a deliberação que tomaremos. Em mais de um século de vivência republicana, pela primeira vez comparece o presidente da República ante o Senado. Permanecerá na memória do povo brasileiro o desfecho do processo de impeachment, qualquer que seja ele”, proferira.

Já Marcondes Gadelha, que na época ocupava cadeira na Câmara Federal, relata que o momento marcou o amadurecimento das instituições no Brasil. "Um fato de um país saído de uma ditadura impor a vontade coletiva através da força do Congresso foi de extrema relevância. Demonstrou que a democracia estava estabelecida entre nós”, afirmou.