PF indicia 4 por aluguel de títulos e compra de votos em Itabaiana

Karoline Zilah

O colunista Suetoni Souto Maior, do Jornal da Paraíba, traz na edição desta sexta-feira (9) a conclusão do inquérito apresentado pelo delegado Derly Brasileiro, da Polícia Federal, à Justiça Eleitoral sobre as denúncias de compra de votos na eleição de 2008 para prefeito e vereador em Itabaiana, situada a 70km da Capital, na região Agreste.

Apresentando provas, a Polícia Federal indicia quatro pessoas. Há suspeitas de que o crime beneficiou a prefeita Eurídice Moreira da Silva, conhecida como Dona Dida, e o vereador Zé Cobal, do PTB, irmão de um dos acusados.

O resultado deste inquérito pode mudar os rumos do processo contra a expedição do diploma da prefeita. A ação chegou a ser arquivada no ano passado pela juíza Niliane Meira Lima, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), por falta de provas. No total, três processos foram movidos pelo adversário de Dona Dida e segundo colocado nas eleições, Antônio Carlos Rodrigues de Melo Júnior, e pelo seu vice, Fernando Rodrigues de Melo.

Dona Dida responde ainda a dois processos, uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) e uma Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (Aime), por suspeita de abuso de poder econômico e compra de votos.

A expectativa agora é de que o primeiro processo seja reaberto a partir da apresentação de provas, que tiveram como base perícias, acareações e oitivas com os acusados, e da identificação de quatro eleitores que teriam praticado falsidade ideológica e retenção de títulos eleitorais.

Confira o trecho da coluna de Suetoni Souto Maior:

Compra de votos
A Polícia Federal concluiu e remeteu ontem ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) o inquérito que investiga a compra de votos nas eleições de Itabaiana, em 2008. Quatro pessoas foram indiciadas (um por compra de votos e três pelo “aluguel” do título de eleitor). Um dos indiciados é Genivaldo Almeida (Bambanca), irmão do vereador Zé Cobal (PTB), suposto beneficiado.

Cachaça
O inquérito conduzido pelo delegado Derly Brasileiro apontou que Pedro Cândido, Alysson Marcelino e José Alves teriam recebido de Bambanca valores que variavam entre R$ 10 e 20 para ceder os respectivos títulos de eleitores, usados para outras pessoas votarem. O dinheiro recebido, segundo os próprios indiciados, foi usado para uma “cachacinha”.

Beneficiados
A corrupção eleitoral em Itabaiana, comprovada com a realização de exames grafotécnicos, teria beneficiado o vereador Zé Cobal e a prefeita Dona Dida, ambos do PTB. Em depoimento à PF, os dois negaram. Pelo teor do inquérito, não será surpresa se o Ministério Público pedir a anulação da eleição na cidade. Afinal, crime eleitoral houve.

Leia a coluna na íntegra na edição desta sexta-feira (9) do Jornal da Paraíba.

Clique para ter acesso à página conclusiva do inquérito