POLÍTICA
PF: Jampa Digital bancou a campanha de Ricardo Coutinho
Polícia conclui que houve desvio de verbas de projeto da Prefeitura da capital; 23 foram indiciados.
Publicado em 20/07/2013 às 8:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 14:35
A Polícia Federal indiciou 23 pessoas por supostas irregularidades no projeto 'Jampa Digital' - uma rede que conecta os órgãos da Prefeitura de João Pessoa (PMJP) e que leva internet gratuita a praças públicas da capital. O resultado da investigação da operação 'Logoff', desencadeada em maio do ano passado, foi divulgado ontem pelo Jornal da Globo (Rede Globo), e concluiu que recursos do projeto foram desviados para financiar a campanha do governador do Estado, Ricardo Coutinho (PSB), e do vice Rômulo Gouveia (PSD). A Secretaria de Comunicação do Estado nega.
De acordo com a reportagem, o publicitário Duda Mendonça, responsável pela campanha, foi indiciado por lavagem de dinheiro e o vice-governador Rômulo Gouveia por corrupção.
Funcionários da Prefeitura de João Pessoa e empresários também estão envolvidos no esquema de superfaturamento.
A Polícia Federal também encaminhou a investigação ao Ministério Público Federal (MPF) e recomendou que sejam apuradas as participações no esquema do governador Ricardo Coutinho, de dois deputados federais e do ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, que era secretário de Ciência e Tecnologia da PMJP na época em que o programa foi anunciado.
O 'Jampa Digital', orçado inicialmente em quase R$ 40 milhões e depois reduzido para pouco mais de R$ 6 milhões, foi financiado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e executado pela empresa Ideia Digital, com sede em Salvador (BA). Conforme a reportagem do Jornal da Globo, a empresa afirmou desconhecer o relatório da PF e o indiciamento dos proprietários.
De acordo com a Polícia Federal, o projeto foi criado para desviar dinheiro público e desde o início já se sabia qual empresa ganharia a licitação, de quanto seria o superfaturamento e para onde esses recursos seriam desviados.
“A nossa ideia sempre é trazer provas pra que a Justiça possa condenar efetivamente aqueles que participaram, mas de forma completa, a mais completa possível, para entender todo o mecanismo, toda a engrenagem dessa organização considerada criminosa por nós”, disse o delegado da Polícia Federal de Pernambuco, Marcello Diniz.
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