Coordenadora do Focco aponta “retrocesso” no combate à corrupção

Alerta é feito diante de mudanças na legislação e tentativas de ‘intimidar’ instituições

Procuradora da República Janaína Andrade
Coordenadora do Focco aponta "retrocesso" no combate à corrupção
Procuradora da República e coordenadora do Focco, Janaína Andrade

A declaração quase passou despercebida, mas é digna de registro pela sensibilidade e relevância. Ontem, durante a deflagração da Operação Bleeder, a coordenadora do Fórum Paraibano de Combate à Corrupção (Focco) e procuradora da República, Janaína Andrade, fez um alerta.

“Estamos vivenciando um retrocesso no combate à corrupção, mas os órgãos de controle estão atuando para superar barreiras”, disse, em entrevista às TVs Paraíba e Cabo Branco.

A frase de Janaína é uma constatação de um somatório de coisas e ações vistas e vividas no país nos últimos anos.

Mudanças legislativas, com o afrouxamento da lei de improbidade e a tentativa de intimidar instituições; ações para desmontar grupos especializados, como a Lava Jato; e suspeitas de ingerência no comando de órgãos são algumas das fotografias de momento a serem observadas.

Práticas, inclusive, ocorridas durante um Governo eleito sob a bandeira do combate à corrupção.

O alerta feito pela coordenadora do Focco, infelizmente, não tem sido percebido pela sociedade brasileira – cada vez mais preocupada com a fome, a inflação e com os desastres sociais acentuados pela pandemia.

O drama brasileiro está longe de acabar e as barreiras, pelo visto, estão cada vez maiores, num movimento que faz voltar a um passado onde ‘não havia escândalos de corrupção’, porque simplesmente ninguém investigava.