Com rumores sobre eleição interna e após operações da PF, diretoria da Fiep convoca reunião com sindicatos

Atual presidente já foi alvo de duas operações da Polícia Federal

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Com rumores sobre eleição interna e após operações da PF, diretoria da Fiep convoca reunião com sindicatos
Foto: Leonardo Silva

Presidentes dos 26 sindicatos patronais que compõem a Federação das Indústrias da Paraíba (FIEP-PB) foram convocados para uma reunião na tarde desta terça-feira (10). A pauta, conforme fontes ouvidas pelo Blog, não foi detalhada e se resume a “assuntos administrativos”.

A convocação ocorre em um momento de discussão, nos bastidores, sobre a possibilidade de antecipação das eleições da entidade.

A proposta tem preocupado membros da instituição e desagradado industriais paraibanos. O clima não é dos melhores internamente. Sobretudo após alguns membros da atual Diretoria terem sido alvos de investigação da Polícia Federal.

Em 2019, na Operação Fantoche. No ano seguinte, a Operação Cifrão.

Na primeira o presidente da Fiep, Buega Gadelha, chegou a ser alvo de um mandado de prisão. Na Cifrão 22 mandados de busca e apreensão foram cumpridos tendo ele e outros integrantes da Diretoria como alvos.

A investigação apura possíveis fraudes na contratação de empresas e ligações entre os empreendimentos contratados e pessoas da Diretoria. A CGU apontou superfaturamento em contratos milionários e indícios de irregularidades nas licitações.

Realizada no âmbito da Justiça Federal, a investigação foi enviada para a Justiça estadual sob o entendimento de que os recursos não são federais, mas sim do setor industrial paraibano.

Pelo menos quatro membros do Conselho Fiscal da entidade renunciaram aos cargos nos últimos 12 meses. Buega e os demais investigados negam qualquer tipo de irregularidade.

Buega Gadelha está no comando da instituição desde 1995. Se for reeleito em um pleito antecipado, ele seguirá para o sexto mandato.

Em tempos onde no mundo inteiro se discute conceitos como ‘transparência’ e ‘alternância de poder’, antecipar eleições internas de uma entidade tão importante para a sociedade paraibana parece um movimento inoportuno para uma Diretoria que, há tempos, dá sinais de que precisa de renovação.