Crise é uma palavra que, certamente, tem passado longe do vocabulário dos vereadores da cidade de Patos, no Sertão. A cidade até bem pouco tempo foi destaque por acumular uma dívida milionária, mas mesmo assim a ideia fixa de reajustar os salários do prefeito, do vice e dos secretários municipais não sai da cabeça dos parlamentares.Em 2020 a Câmara tentou aumentar de R$ 17 mil para R$ 27 mil os salários do prefeito, do vice e dos secretários, em plena pandemia. A proposta chegou a ser aprovada, mas foi derrubada na Justiça.
Agora, de novo.
Dessa vez um projeto apresentado pela Mesa Diretora da Câmara quer conceder um aumento de quase 42% no salário do chefe do executivo. E, por consequência, do vice e dos auxiliares.
Pela proposta, o prefeito de Patos passaria a receber R$ 24 mil. No projeto, os vereadores dizem que o reajuste leva em consideração o índice inflacionário acumulado desde 2013, ano do último reajuste.
“Poderia chegar a R$ 28,8 mil”, argumenta a Mesa Diretora na justificativa do projeto, considerando que o acumulado inflacionário para o período foi de 69,8%.
O projeto ainda não foi aprovado e também não passou pela Procuradoria da Câmara.
Se a proposta chegar na Procuradoria, o procurador José Lacerda Brasileiro avisa que dará um parecer contrário. Ele considera “impossível a concessão do aumento sem que ele seja estendido para todos os servidores”.
Os demais servidores de Patos, certamente, bem que gostariam de um aumento desses.
Sr. Jornalista, João Paulo Medeiros, comungamos da curiosidade pelo Direito e pela Justiça em sentido amplo. Também somos sertanejos e, sobretudo, aspirantes da ideia de estar a serviço de um mundo mais justo e menos desigual. Só acrescentariamos que, para realizar este propósito que irmanamos, nossa referência é o Nazareno Jesus Cristo – sempre com a verdade, inclusivo, honesto. Numa palavra: amor no sentido de sermos irmãos do Pai Nosso.