A pouco mais de dois meses das eleições, a polarização na disputa presidencial é praticamente irreversível. O cenário continua sem grandes oscilações, com o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) bem à frente dos demais pré-candidatos – conforme as pesquisas de intenção de voto.
Na Paraíba o panorama aparentemente está pulverizado, dividido entre as pré-candidaturas do governador João Azevêdo (PSB), do senador Veneziano Vital (MDB), Pedro Cunha Lima (PSDB) e Nilvan Ferreira (PL). Há outros nomes também na disputa, mas os quatro parecem ter mais densidade eleitoral.
Dois deles, contudo, apostam no ingrediente nacional para a disputa estadual.
Preferidos do ex-presidente Lula e de Bolsonaro no Estado, Veneziano e Nilvan (respectivamente) têm feito de tudo para vincular as suas pré-candidaturas aos dois presidenciáveis.
A estratégia é tentar obter dividendos e mobilizar as militâncias para impulsionar as campanhas locais.
No Estado a polarização Lula x Bolsonaro replica a realidade nacional, mas o petista aparece em sondagens com uma vantagem bem mais ampliada na Paraíba – em comparação com o restante do país.
A tentativa de ‘nacionalizar’ a disputa deverá ser ampliada com o passar do tempo e a proximidade do pleito. Mas cabe um alerta: a vinculação, sozinha, tende a não resolver a questão.
É preciso também mergulhar nos problemas e desafios do Estado. A realidade local, com todas as suas especificidades, não pode ser desconsiderada – sob o risco do debate ir para longe do eleitorado paraibano.
No caso de Nilvan, ele não enfrenta obstáculos dentro do bolsonarismo. Reina sozinho como candidato do presidente no Estado. Já Veneziano, embora tenha recebido declarações públicas de Lula consagrando o apoio, caminha com a sombra do governador João Azevêdo.
João continua apoiando o ex-presidente – mesmo sabendo que Veneziano é, para Lula, o candidato preferencial em solo paraibano.
O emedebista mantém a expectativa de uma agenda com Lula na Paraíba. A vinda do petista afastaria a tese de palanque duplo no Estado e fortaleceria a postulação do senador.
Para além das querelas internas, Veneziano e Nilvan acreditam que, com o avançar da campanha, podem ser alçados para um segundo turno no Estado. A tese das duas pré-campanhas está nas ruas…
