PLENO PODER
A imposição de Queiroga, as confusões no PL e o risco de um 'tiro no pé'
Partido está dividido após escolha do nome de Queiroga como pré-candidato em João Pessoa
Publicado em 16/06/2023 às 11:39
As confusões internas no PL da Paraíba são antigas. Desde o processo eleitoral do ano passado que o clima de desentendimentos ficou escancarado. O episódio de Soledade, por exemplo, foi apenas um demonstrativo disso. O mais recente imbróglio tem como motivo a chegada do ex-ministro da saúde, Marcelo Queiroga, ao partido.
Ele foi alçado, já na chegada, à condição de pré-candidato à prefeitura de João Pessoa pela legenda - com o aval do ex-presidente Bolsonaro e da executiva nacional do partido.
A reação foi imediata.
Ainda ontem o comunicador Nilvan Ferreira e os deputados Walber Virgolino e Cabo Gilberto foram às redes sociais para reafirmar que não aceitarão imposições. Eles defendem a realização de pesquisas, antes da escolha do candidato.
A tese é óbvia.
Ao escolher o candidato de 'cima pra baixo', o PL corre um sério risco de atirar contra o próprio pé. Algo que já aconteceu, aliás, com outros partidos em épocas anteriores.
Optar por um nome, sem ouvir a base, não parece ser uma estratégia razoável. E aqui não está o debate sobre o mérito da capacidade do nome de Queiroga para ocupar o espaço. Ele tem experiência administrativa, mas carece de inserção junto à comunidade - notadamente as camadas mais pobres pessoenses.
Fato é que caso a decisão da executiva nacional seja mantida, Nilvan, Walber e Gilberto irão precisar procurar novos partidos - caso insistam em disputar a prefeitura da Capital.
O nível de hostilidades internas dentro do PL é sem precedentes. Nem partidos de esquerda, onde esse tipo de briga já foi sempre comum, chegaram perto.
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