A promessa feita, o pragmatismo de Kassab e a 'canelada' dos Ribeiros em Romero

A forma como a troca de comando do PSD paraibano foi feita é vergonhosa. O ex-prefeito campinense, e agora ex-presidente da sigla no Estado, Romero Rodrigues, sequer foi avisado. Instantes antes da oficialização da mudança ele publicou nas redes sociais um vídeo desmentindo o que, naquele momento, era um 'boato'.

Mas o processo que culminou com a ascensão da senadora Daniella Ribeiro ao comando da legenda tem algumas peculiaridades.

A primeira é a promessa feita ao ex-ministro Gilberto Kassab. Na disputa interna pelo controle partidário, com Eva Gouveia (PSD), o grupo de Romero prometeu eleger três nomes para a Câmara Federal.

Nas contas estavam os nomes de Ruy Carneiro, Leonardo Gadelha e o próprio Romero - entre outros. O avançar dos dias mostrou que a promessa se tornaria inviável e, com a filiação de Ruy ao PSC, Kassab teve a certeza disso.

Pragmático, o ex-ministro decidiu bater o martelo e entregar o partido no Estado à família Ribeiro.

A lógica de Kassab tem como regra a quantidade de cadeiras no Congresso Nacional. Se tudo der errado, o partido ficaria com uma das poltronas do Senado - a de Daniella.

As circunstâncias para a mudança estavam na ponta do lápis.

Faltava apenas a disposição da senadora Daniella Ribeiro em sentar na cadeira de presidente do partido. Projetando o irmão para a disputa do Senado, ela não pensou duas vezes. Mesmo que para isso tivesse que aceitar ser participante de uma verdadeira 'rasteira' no ex-prefeito.