PLENO PODER
A 'sorte' do Brasil é que quase ninguém mais leva em conta o que diz o presidente
Publicado em 25/03/2020 às 10:51 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:30
O pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro ontem, em rede nacional, provocou protestos de milhares de brasileiros, mas não causou surpresa. É que a população já está acostumada, desde o início do atual Governo, com declarações controversas, inoportunas e sem qualquer base científica dadas pelo presidente. Tem sido assim, inclusive, desde a chegada da pandemia do coronavírus ao Brasil. Um dia ele fala em "gripezinha", no outro, concede entrevista de máscara e convoca as pessoas a seguirem as recomendações sanitárias.
No caso específico de ontem, a esperança é de que o pronunciamento que defendeu a reabertura de escolas e do comércio, contrariando o próprio Ministério da Saúde e as experiências vividas por outros países, não provoque tantos efeitos. É que para a 'sorte' dos brasileiros quase ninguém mais leva em consideração o que diz o presidente.
As pessoas, nesse instante, precisam ouvir o que dizem os especialistas em saúde pública; e não Bolsonaro. E o exemplo tem sido dado por governadores e prefeitos brasileiros, após o pronunciamento. Praticamente todos têm redobrado as recomendações de isolamento social, para evitar uma catástrofe provocada pela doença.
E eles, governadores e prefeitos, mais do que ninguém terão que lidar com os efeitos econômicos da pandemia. Afinal, são os gestores locais que irão ver, daqui a alguns dias, os impactos na arrecadação dos municípios. Mas não há muito o que ser feito... além de continuar seguindo as orientações de quem entende de saúde pública e, claro, não seguir o que disse o presidente.
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