"Dá para quantos almoços?", questiona procurador sobre auxílio pago a promotores da Paraíba

O Colégio de Procuradores de Justiça do Ministério Público da Paraíba (MPPB) aprovou, na sessão de ontem, uma resolução que fixa o valor da verba indenizatória de auxílio alimentação para os membros da instituição. O auxílio já existe desde 2012 e representava 5% do valor do subsídio pago a promotores e procuradores.

A resolução aprovada ontem modificou esse percentual, ampliando para 10%.

Mas durante a aprovação da matéria o procurador Francisco Sagres questionou o valor do auxílio.

"Dá para quantos almoços ali no Cassino?", perguntou, fazendo referência a um dos restaurantes de João Pessoa.

A pergunta foi acompanhada de risos por parte de alguns dos que participavam da sessão. Logo em seguida Sagres afirmou ser contra o pagamento do auxílio, mas ao final das discussões ele foi aprovado por todos do Colégio.

O 'tom' quase jocoso do procurador é inoportuno. Sobretudo quando se compara o valor pago, aproximadamente R$ 3,3 mil no caso dos promotores - considerando que o subsídio hoje de um promotor do MP paraibano de 3ª entrância é de R$ 33,6 mil.

O montante é maior, por exemplo, que o salário mínimo atual, de R$ 1.320,00.

Um levantamento feito por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais mostra que 75 milhões de brasileiros vivem com meio salário mínimo ou menos.

Na verdade, esse tipo de 'penduricalho' - que é regulamentado no país inteiro pelo CNMP - nem deveria existir. Promotores e procuradores de Justiça precisam ser e já são bem remunerados na Paraíba e em outros Estados. E menosprezar o valor pago é ainda pior...

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