PLENO PODER
Gestores participam de Marcha em Brasília e esquecem que gastos com diárias chegaram a R$ 17 milhões na pandemia
Gastos com diárias estão disponíveis no banco de dados do TCE
Publicado em 27/03/2023 às 18:13
Hoje tem início, em Brasília, a 24ª edição da Marcha Municipalista. A Paraíba este ano teve recorde de inscritos. São mais de 130 prefeitos, 80 vices e 100 vereadores, conforme a Famup. A peregrinação acontece todos os anos e serve, em tese, para que os gestores consigam destravar recursos junto a Ministérios e órgãos do Governo Federal.
Mesmo sem desconhecer a importância do movimento municipalista, como algo que pressiona 'Brasília' por mudanças importantes para o país (como no caso da divisão do bolo tributário entre os entes federados), não dá para não questionar o número excessivo de participantes da marcha.
Todos, certamente, terão os gastos custeados pelos cofres municipais.
E faço o alerta porque o histórico das prefeituras paraibanas e câmaras municipais não é econômico.
Nos anos de 2020 e 2021, por exemplo, quando a pandemia tomou conta do país e praticamente todos os serviços eram acessados remotamente, os municípios paraibanos desembolsaram mais de R$ 17 milhões em diárias. Os dados são do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Foram R$ 7,4 milhões em 2020 e R$ 10,2 milhões no ano seguinte.
Os valores são menores que os registrados em anos anteriores, é verdade. Mas ainda assim são expressivos para um período pandêmico. Ano passado os cofres municipais registraram um recorde, custeando R$ 17,1 milhões. Em 2019 foram R$ 15,6 milhões.
Ou seja: nossos gestores demonstram que estão pouco preocupados com os custos da 'Marcha em Brasília'. Com isso os municípios poderão continuar ultrapassando novos índices. Entre eles, pelo jeito, o das salgadas diárias na Capital Federal.
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