PLENO PODER
Governo não apresenta proposta para Segurança, mas usa Programa Oficial para criticar adversários
João Azevêdo criticou 'politização' de protestos no programa 'Conversa com o governador'
Publicado em 17/02/2025 às 17:14 | Atualizado em 17/02/2025 às 17:26

Pressionado por uma ação do Ministério Público que pede a contratação de mais policiais civis no Estado e por protestos na Segurança Pública, o governador João Azevêdo (PSB) falou hoje sobre o tema. Mas não foi para apresentar propostas às categorias, nem soluções para o setor.
João usou o Programa Oficial do Estado, o 'Conversa com o Governador', para criticar adversários que participaram da mobilização na última sexta-feira (14) - quando centenas de policiais protestaram em frente à Granja Santana.
E o Governo erra ao fazer isso.
Explico. A 'politização' do tema por parte dos adversários, o surgimento de figuras que aproveitam a onda das mobilizações para surfar junto a públicos específicos, são movimentos naturais da política. Em um ano pré-eleitoral, é comum que ocorram.
As entidades e categorias já são até adaptadas a esse tipo de movimentação. E os mais atentos sabem distinguir o 'joio do trigo'
Já o Programa Oficial do Governo, contudo, é custeado pelos cofres estaduais e, em tese, deveria não meter a colher nesse ambiente. Deveria ser um espaço para apresentação de resultados da gestão, ou anúncios de medidas a serem adotadas.
E há uma pauta extensa das categorias que não pode ser desconsiderada.
Conforme as entidades, ainda pagamos um dos piores salários do país e, somente na Polícia Civil, há um déficit superior a 5 mil servidores. Isso em um Estado onde o Governo faz questão de dizer, todos os dias, que há farto equilíbrio financeiro e fiscal.
Em vez de apontar a artilharia para os adversários, a gestão deveria utilizar o 'Conversa com o Governador' para anunciar propostas que possam ir além do tímido reajuste de 5% ofertado.
Em tempo
Na próxima quinta-feira o Governo deverá ter uma nova reunião com as entidades. A esperança é de que, pelo menos, o olhar sobre os protestos possa ser outro. Com menos preocupação sobre a presença ou não de adversários e de mais avanços junto à pauta de reivindicações das categorias...
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