Há um 'muro' maior que o de Berlim dentro do PL da Paraíba

Em 9 de novembro de 1989 um fato marcou a história mundial: o fim do Muro de Berlim, que separou por muitos anos a Alemanha após o término da Segunda Guerra Mundial. De lá pra cá, a antiga edificação sempre é lembrada para demarcar situações de divisão no mundo inteiro.

Na Paraíba hoje, por exemplo, um partido tem mantido um 'Muro de Berlim' internamente. Assim como ocorria na Alemanha no pós-guerra, dois universos do PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, não se comunicam.

Um deles é comandado pelo presidente da legenda, o deputado federal Wellington Roberto. O outro composto por bolsonaristas 'raiz', como o deputado Cabo Gilberto, Wallber Virgolino e Marcelo Queiroga.

As duas alas são diferentes ideologicamente, mas também separadas pelas conveniências e interesses de lado a lado.

E não é de hoje. As divergências internas começaram ainda na campanha de 2022, quando o então candidato a governador, Nilvan Ferreira, disse não ter recebido o apoio que deveria do partido.

E a briga estendeu-se pelo controle do PL no Estado, ao ponto de ano passado Wellington ter perdido o comando na região metropolitana de João Pessoa.

O impasse também se reflete na relação entre os dois deputados federais. "Com o deputado não tenho nenhum contato", revelou hoje o deputado Cabo Gilberto, em entrevista à Rádio CBN, sem opinar sobre uma possível mudança na direção estadual.

E os resultados da desunião estão na mesa da direção nacional.

O partido caiu de 22 para 11 prefeitos no Estado. Um fiasco eleitoral em 2024!

A expectativa de muitos membros é por renovação do diretório da Paraíba. Os rumores são de que Wellington não continuaria no comando do partido, não haveria mais clima... mas ainda não há confirmação nesse sentido.

Por enquanto o que existe, e é bem visível, é a continuidade de um muro erguido dentro da legenda. Uma edificação bem maior, aparentemente, que as paredes que separaram os alemães no passado.