PLENO PODER
Mandare: veja quem são os presos de operação que investiga indicação de cargos na PMJP
Publicado em 08/05/2024 às 19:50 | Atualizado em 08/05/2024 às 20:02
A 2ª Vara de Entorpecentes de João Pessoa determinou a retirada do sigilo das prisões efetuadas pela Polícia Federal durante a Operação Mandare, deflagrada na última sexta-feira em conjunto com outros órgãos. Conforme já tinha antecipado o Blog, um dos presos, apontado como chefe do 'esquema', é Jossiênio Silva Santos.
Ele já estava detido na penitenciária PB1, em João Pessoa, e foi alvo de novo mandado de prisão. Além dele também foram alvos de prisões Fabiano Bastos da Silva Lira e Raylander Silva Souza.
No dia da operação a PF divulgou o cumprimento de 7 mandados de prisão, mas apenas 3 aparecem no processo disponibilizado pelo site do TJPB.
As prisões preventivas dos três foram mantidas em audiências de custódia.
O levantamento do sigilo diz respeito apenas aos mandados de prisão cumpridos no dia da operação. O restante do inquérito, que apura entre outras coisas a indicação de pessoas para cargos na prefeitura de João Pessoa a partir de uma penitenciária, ainda prossegue em segredo de justiça.
Relembre o que já foi descoberto sobre a investigação
Jossiênio é apontado pelos investigadores como uma espécie de 'conselheiro' de facções criminosas que comandam comunidades na região metropolitana de João Pessoa. E teria, conforme a investigação, feito contato com pessoas ligadas ao serviço público, possivelmente para viabilizar indicações no poder público.
A PF descobriu que o grupo, chefiado também por Jossiênio, tinha uma atuação sofisticada. A facção manteria até uma espécie de 'dízimo', ou de 'caixinha', exigindo contribuição dos demais membros que estão fora de presídios.
Foi analisando essa movimentação financeira e dados de um aparelho celular apreendido que a PF chegou aos indícios de interferência do grupo no serviço público.
O trabalho investigativo resultou nas buscas da última sexta, nas secretarias de Direitos Humanos, Saúde e na Empresa de Limpeza Urbana (Emlur) da Capital.
Entre os alvos das buscas, além da secretária executiva de Saúde, Janine Lucena (filha do prefeito Cícero Lucena), estão outras duas servidoras. Patrícia Silva Santos era vinculada à Secretaria de Direitos Humanos, enquanto Aline Silva Santos estava lotada na Empresa de Limpeza Urbana.
No caso da Emlur, a direção da empresa anunciou o afastamento da servidora.
Não é possível afirmar que as duas foram indicadas para os cargos pelo 'esquema'; nem se são parentes do detento Jossiênio Silva. Os três, porém, têm o mesmo sobrenome.
Outro lado
Já na sexta-feira o prefeito Cícero Lucena disse estar tranquilo e colaborando com as investigações. Ele determinou a abertura de procedimento administrativo para apurar o suposto envolvimento de servidores. Ainda conforme o gestor, a filha dele teria sido citada por ter atendido um telefonema feito de dentro de um presídio.
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