PLENO PODER
Oposição entra em contradição ao pedir impeachment de João e preservar Estela
Publicado em 10/02/2020 às 12:48 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:43
Doze deputados assinaram pedido de impeachment de João. 25 votaram pela soltura de Estela no fim do ano passado
Desde a volta do recesso na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) na última quarta-feira (05), nenhum outro tema tem ganhado mais destaque nas rodas de conversa na Paraíba do que o pedido de impeachment do governador João Azevêdo (Cidadania) e de sua vice, Lígia Feliciano (PDT), protocolado por deputados de oposição. Mas há um detalhe que parece ter passado despercebido: a oposição entra em contradição ao pedir o impeachment do governador e não ter se posicionado de forma unânime diante da decisão que mandou prender a deputada Estela Bezerra (PSB).
E o motivo é simples. O pedido feito pelos oposicionistas tem por base as revelações feitas pela Operação Calvário, que investiga desvios de recursos na Saúde e Educação do Estado. A mesma investigação que, por sinal, prendeu a deputada em sua sétima fase. Ou seja: se há razões para o afastamento de João e Lígia, não deveriam existir também para a continuidade do afastamento do cargo de Estela?
Quando julgou o mandado de prisão expedido pelo desembargador Ricardo Vital, no fim do ano passado, 25 dos 30 deputados presentes na sessão decidiram que a deputada deveria ser solta. A votação foi secreta e não há como afirmar com certeza, mas é bem provável que alguns dos 12 deputados que assinaram o pedido de impeachment de João também votaram pela derrubada da prisão de Estela. Depois disso, o deputado Wallber Virgolino (Patriotas) entrou com um pedido de quebra de decoro parlamentar da deputada.
O pedido oposicionista foi encaminhado pelo presidente Adriano Galdino (PSB) para a Procuradoria da Assembleia e tem gerado teses e acusações dentro e fora da base governista. É difícil avaliar, porém, se o pleito oposicionista vai prosperar ou não na 'Casa'. Por enquanto, é possível apenas constatar que alguns membros da oposição tratam os casos de João e Estela com dois pesos e duas medidas.
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