PLENO PODER
Presidente do PSDB na Paraíba, Fábio Ramalho admite crise e espera definição do partido
Segundo ele, a expectativa é de que as definições venham nos próximos meses
Publicado em 16/07/2025 às 9:25

O presidente estadual do PSDB na Paraíba, o deputado Fábio Ramalho, reconheceu a crise que o partido ultrapassa atualmente em todo o Brasil e afirmou que o futuro da legenda no estado dependerá de um direcionamento da executiva nacional.
Em entrevista ao jornalista Lenildo Ferreira, da Rádio Campina FM, o tucano afirmou que, apesar da pressão por mudanças e das especulações sobre uma possível debandada de lideranças — como declarou recentemente o também deputado Tovar Correia Lima —, ele permanece no partido, ao menos por enquanto, ainda que com ressalvas.
“Entendo claramente a fala do deputado Tovar e acredito que o PSDB naturalmente teve um declínio nacional. Em São Paulo, Minas Gerais, nos grandes estados, e também aqui na Paraíba. O que havia de certo era justamente a fusão com o Podemos, que inclusive votamos a favor aqui. Estaríamos confortáveis com essa união, já que contaríamos com dois deputados federais, Romero Rodrigues e Ruy Carneiro. Como não houve [a fusão], estamos esperando a diretriz da Nacional”, afirmou Ramalho.
O presidente estadual revelou que já manteve conversas com o ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, que atualmente comanda o PSDB nacional. Segundo ele, a expectativa é de que as definições venham nos próximos meses, mas, até lá, os filiados permanecem no aguardo.
“Não tenho nenhuma intenção de sair do partido neste momento. Estamos, ao lado de Pedro Cunha Lima, acompanhando tudo de perto para que possamos ter uma diretriz mais clara sobre a questão partidária.”
Apesar da cautela de Ramalho, o cenário dentro do PSDB paraibano é de desconforto e incerteza. Recentemente Tovar, que construiu sua carreira política majoritariamente no partida, já declarou que a saída de grande parte da atual bancada da sigla na Assembleia Legislativa é uma possibilidade concreta caso o partido.
“O PSDB está minguando. O partido precisa urgentemente se reencontrar. Se isso não acontecer, ele vai, naturalmente, deixar de existir. Diante disso, é natural que eu e outros deputados aqui da Paraíba migremos para outra legenda. Não é uma questão de abandono, é uma constatação”, disse Tovar.
A migração, no entanto, não deve ocorrer de imediato. Para evitar sanções por infidelidade partidária, os parlamentares precisam de uma carta de anuência da legenda ou aguardar a próxima janela partidária, prevista para abril de 2026.
Desde a saída do Cidadania da federação partidária e a migração de Pedro Cunha Lima para o PSD, o PSDB tem perdido força no estado. A nível nacional, o partido também vive momento delicado, com queda no número de cadeiras no Congresso e dificuldade em atender as novas exigências da cláusula de barreira, que ficará mais rígida a partir do próximo ano.
Em nota ao blog Pleno Poder, a direção nacional do PSDB afirmou que a saída de Pedro já era esperada e que aliados tenderiam a seguir o mesmo caminho. Por outro lado, o partido garante que não está parado e que novas lideranças já manifestaram interesse em reorganizar o PSDB na Paraíba, mirando as eleições de 2026.
Texto: Pedro Pereira
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