PLENO PODER
Pressionado pelo comércio para reabrir, Romero vai se reunir com representantes do MPF, MPE e MPT
Publicado em 16/04/2020 às 8:52 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:25
Ninguém gostaria de estar hoje na 'pele' do prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD). Pressionado pelos empresários para reabrir o comércio da cidade, ele corre o risco de ser enquadrado pelo Ministério Público pela prática de improbidade, caso decida manter o plano de reabertura gradual do setor comercial. Ontem representantes do Ministério Publico Federal (MPF), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Ministério Público do Estado (MPE) publicaram uma recomendação pedindo que as lojas continuem fechadas.
No documento, assinado por 15 membros (entre procuradores da República, do Trabalho e promotores de Justiça), o grupo estabelece um prazo de 24 horas para que o gestor se manifeste em relação ao tema.
"Registre-se que fica o destinatário advertido de que a presente recomendação torna inequívoca a consciência da disciplina normativa e que o descumprimento das medidas recomendadas importará as providências extrajudiciais e/ou judiciais cabíveis para a solução jurídica da hipótese, com eventuais desdobramentos administrativos, cíveis e/ou penais", alertam.
Veja na íntegra a recomendação
Preocupado, o prefeito vai se reunir na manhã desta quinta-feira (16) com os procuradores. No encontro Romero vai tentar convencer os membros do MP de que a cidade já vem adotando medidas para prevenir um possível colapso do sistema de saúde. E mais que isso: vai detalhar as ações de prevenção que serão implementadas no plano de reabertura anunciado. A missão, porém, não será fácil.
A pandemia mundial do coronavírus tem devastado o mundo inteiro e autoridades de saúde locais alertam para o pico da transmissão do vírus, esperado para o fim deste mês. O panorama preocupa os membros do MP e se eles não ficarem convencidos da viabilidade da reabertura das lojas e mantiverem o mesmo entendimento, dificilmente Romero vai colocar em prática o plano anunciado.
Seria um risco, sobretudo para a carreira pública dele mesmo.
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