PLENO PODER
Sem previsão no orçamento, PMCG suspende subsídio de R$ 300 mil pago a empresas de ônibus
Mesmo com preços elevados, empresas alegam dificuldades econômicas. Mas município não pode 'carregar' setor nos braços
Publicado em 02/02/2021 às 12:28 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:31
O subsídio que garantia uma 'bonificação' para passageiros que utilizassem o sistema de transporte público de Campina Grande está suspenso. E o motivo é simples: a lei aprovada ano passado trazia a previsão de que a medida fosse adotada até o fim do ano passado, para salvar as empresas do setor. Como não havia previsão no orçamento para 2021, nada mais óbvio que suspender o benefício.
Na verdade, embora teoricamente os passageiros fossem beneficiados com a bonificação, os destinatários do incentivo são, de fato, as empresas concessionárias do serviço - cuja qualidade está longe de ser a ideal para os usuários.
Por mês, a prefeitura vinha desembolsando algo em torno de R$ 300 mil para custear o 'bônus', conforme a STTP. A pergunta que se faz é: até quando o poder público aguentará custear um Sistema que já cobra caro pelo serviço?
Hoje a passagem para quem usa o transporte público em Campina Grande é de R$ 3,90. E, nas ruas, o usuário diz ter motivos de sobra para reclamar do que recebe em termos de transporte público.
A ideia do subsídio foi apoiar as empresas no momento de dificuldade, no auge da pandemia, quando muitas atividades econômicas estavam paralisadas e o fluxo de passageiros era pequeno. Mas e agora, que praticamente todos já voltaram aos seus afazeres, como justificar a continuidade do subsídio?
Não parece fazer sentido algum que o município continue carregando nos braços o Sistema. Até porque, sinceramente, se outros setores igualmente afetados com a pandemia fizerem o mesmo pedido, não haverá 'cobertor' para todo mundo.
O Sistema de Transporte Público precisa voltar a ser autossustentável. Como, diante do avanço de novos meios e ferramentas, é o próprio Sistema que terá que dizer.
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