PLENO PODER
Situação pede CPI na Câmara Municipal para investigar mutirão oftalmológico em Campina Grande
Mutirão aconteceu em maio deste ano, e pacientes ainda relatam sequelas e falta de assistência.
Publicado em 26/11/2025 às 11:03

A bancada aliada ao prefeito Bruno Cunha Lima (União Brasil) protocolou, na Câmara Municipal de Campina Grande, um pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o mutirão oftalmológico que aconteceu em maio deste ano no Hospital das Clínicas da Rainha da Borborema. O centro médico é gerido pelo Governo do Estado.
O mutirão cirúrgico aconteceu no dia 15 de maio, atendendo 64 pacientes. Desses, pelo menos 29 relataram desconfortos na visão depois dos procedimentos. Alguns chegaram a ter perda de visão.
O documento que pede a abertura da CPI foi assinado pelos vereadores Alexandre do Sindicato (União Brasil), Balduíno Neto (MDB), Carol Gomes (União), Dinho Papa-Léguas (PSDB), Frank Alves (Podemos), Ivonete Ludgério (União), Pr. Luciano Breno (Avante), Rafafá (União Brasil), Saulo Germano (Podemos), Saulo Noronha (MDB) e Severino da Prestação (MDB).
Pacientes relatam sequelas seis meses depois do mutirão
Mesmo depois de um semestre inteiro desde que o mutirão foi realizado, alguns paciente ainda relatam problemas em decorrência dos processos cirúrgicos.
Em uma reportagem produzida pela TV Paraíba, um desses pacientes, Marinildo Pereira, de 59 anos, alega que não recebeu nenhum tipo de assistência depois do procedimento cirúrgico.
"Governo nenhum me procurou para saber como eu estou, se estou precisando de alguma coisa, não passei necessidade porque tem meus filhos. Hoje meus olhos são os dedos, fico tateando (...) meu caso é irreversível, não tem mais jeito", explicou.
Alguns pacientes já ingressaram com ações jurídicas contra a Secretaria de Estado da Saúde e a Fundação Rubens Dutra Segundo, que foi a empresa que venceu a licitação para promover o mutirão oftalmológico.
Declarações dos envolvidos
A Secretaria de Estado da Saúde alega que todos os pacientes afetados recebem acompanhamento clínico, com avaliações periódicas e boa evolução nos tratamentos.
A Fundação Rubens Dutra Segundo declarou que está à disposição das autoridades que apuram o caso e que, a partir de exames feitos por conta própria, constatou que bactérias hospitalares causaram as infecções nos pacientes afetados.
O caso já é investigado pela Polícia Civil. O Ministério Público e o Conselho Regional de Medicina também acompanham o caso.
Texto: Gabriel Abdon

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