PLENO PODER
Transporte público de Campina Grande não acompanha retomada de atividades
População fica quase totalmente sem ônibus nos feriados e domingos. Já nos dias úteis, apenas 20 linhas circulam até 22h30.
Publicado em 29/04/2022 às 8:10
As aulas da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) voltaram a acontecer de forma presencial na última segunda-feira (25). Com isso, quase 8 mil estudantes precisam de ônibus para deslocamento até a instituição. No próximo dia 2 de maio, é a vez da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). No entanto, depois de quase tudo voltar ao normal - inclusive com a dispensa do uso das máscaras de proteção contra a Covid-19 - o transporte público da cidade segue restrito quase como no começo da pandemia.
A Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos (STTP) até anunciou o retorno de linhas de ônibus que atendem a universidade. Mas, problema mesmo, deve enfrentar quem chega no Terminal de Integração, no Centro, na volta para casa no fim da noite. Dificuldade que se tornou realidade desde o começo da pandemia, com a redução do horário de circulação da frota até 20h.
O cenário na cidade que já não era bom antes da pandemia, ficou ainda pior depois da redução de linhas que começou há pouco mais de dois anos. Alguns problemas, por outro lado, já são velhos conhecidos: ônibus lotados e que, agora, muitas vezes demoram mais de uma hora para passar no ponto.
Enquanto isso, a maior parte da população já retomou todas as atividades. Afinal, o trabalho, por exemplo, é algo com horário fixo. Além disso, as pessoas precisam dos ônibus para deslocamentos a hospitais e também em busca de lazer.
Diante disso, duas perguntas ficam no ar: por qual motivo o transporte público de Campina ainda não voltou ao normal? Quando os ônibus voltam a circular em todos os horários e com a frota completa?
O Pleno Poder procurou a STTP na segunda-feira (25) para obter respostas para esses questionamentos, mas não recebeu respostas até a publicação desta matéria.
Veja como ficou o esquema de trânsito implantado na segunda-feira antes de entender os problemas que permanecem
As linhas 303 e 333 voltam a circular no turno da noite. Além disso, quem estiver transitando na linha 245 e precisar ir à UEPB, deverá descer no Terminal de Integração do Chico Mendes, nas Malvinas, e fazer a integração com um ônibus alimentador, que levará os passageiros para a universidade.
A linha 245 terá o espaço de tempo entre os ônibus reduzido a 25 minutos, o que deixará o percurso mais rápido para os usuários. Além disso, as linhas 020, 022, 044, 066, 090A, 110, 111, 245, 092, 263, 303, 333, 404, 055, 555, 903A, 903B, 909, 910, 955 terão seus horários estendidos, nos dias úteis, até 22h30.
As linhas que farão as rotas universitárias deverão dar continuidade com o circular após 19h30, chegando às universidades às 20h, 21h e 22h, seguindo para o Terminal de Integração do Centro; e às 20h30, 21h30 e 22h30 sairão do Terminal para os bairros.
População fica sem ônibus nos domingos e feriados
Aos domingos, apenas cinco linhas de ônibus circulam pela cidade, mas não o dia inteiro. A STTP também não informou esses horários e nem quantas linhas de coletivos a cidade tem no total.
Nos feriados, a situação se repete. No Dia de Tiradentes, por exemplo, a STTP anunciou que sete linhas ficariam disponíveis entre 6h e 18h. SETE LINHAS PARA UMA CIDADE COM MAIS DE 400 MIL HABITANTES. Não foi incomum presenciar muitos passageiros nos pontos inconformados por horas.
Quem mora ou trabalha em qualquer bairro que não seja atendido pelo esquema montado, precisa dar um jeito, que geralmente é recorrer a um transporte por aplicativo. No fim do mês, de um jeito ou de outro, a conta pesa no bolso.
E é assim que tem sido no turno da noite em toda cidade. Só que muito antes das aulas presenciais serem retomadas, as pessoas seguiram com todas as suas atividades cotidianas. E, para muitas, voltar de ônibus para casa depois das 20h se tornou uma missão impossível. E essa situação não faz parte do pacote de condições dignas que o trabalhador merece para desempenhar suas funções, e muito menos que o cidadão precisa para viver e usufruir do direito básico de ir e vir.
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