PLENO PODER
Vereadora revela “oferta” para compra de votos em CG
Publicado em 25/06/2019 às 15:55 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:11
Dona Fátima diz que candidatos ofereceram até R$ 1 mil por “três ou quatro votos” nas últimas eleições municipais
De forma discreta, a vereadora em exercício de Campina Grande Dona Fátima (Podemos) revelou, na tarde desta terça-feira (25), que candidatos tentaram cooptar eleitores no bairro Vila Cabral nas últimas eleições municipais. Sem citar nomes, ela disse que “candidatos” chegaram a oferecer até R$ 1 mil por “três ou quatro votos”. A 'denúncia' é grave e merece ser investigada pelo Ministério Público.
Maria de Fátima Melo Silva - Dona Fátima, como é conhecida - ficou na suplência para uma das vagas da Câmara de Vereadores da cidade no último pleito, mas assumiu o mandato no último mês de março deste ano. Ela substitui o vereador Galego do Leite (Podemos) por 121 dias e fica na Câmara até o dia 14 de julho.
Dona Fátima já concorreu ao Legislativo municipal por três vezes, obtendo 997 na primeira candidatura, 1550 na segunda e 1397 votos nas últimas eleições municipais. “Mas sem dinheiro, para mim é muita coisa. Fazer campanha sem dinheiro é muito difícil. Na Vila Cabral chegou candidato de oferecer, por três ou quatro votos, mil reais”, desabafou, acrescentando que os votos obtidos por ela foram de “amigos verdadeiros”. Dona Fátima tem como seu principal reduto eleitoral o bairro da Vila Cabral.
Denúncias graves
Apesar de não ter citado nomes, as revelações feitas pela vereadora em exercício acendem um sinal de alerta para os órgãos responsáveis pelo combate à compra de votos. É preciso combater esse tipo de crime, previsto no Código Eleitoral e que consiste em “dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita”.
De acordo com o Código Eleitoral, ao candidato as punições vão desde prisão de 4 anos, multa, o risco de tornar-se inelegível por 8 anos e cassação de mandato caso, ao final do processo, tenha sido eleito e empossado. No andamento da campanha eleitoral, cabe ainda impugnação da candidatura. Ao eleitor, cabe prisão e multa.
Avaliação
Ao avaliar a sua passagem de quatro meses no Legislativo campinense, a vereadora em exercício Dona Fátima se mostrou otimista. Ela disse apresentou requerimentos importantes para a comunidade, como a colocação de nomes nas ruas da Vila Cabral e a realização de obras de calçamento.
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