POLÍTICA
PMDB anuncia desembarque do governo Dilma nesta terça-feira
Diretório Nacional vai oficializar desembarque por aclamação. Senadores e deputados da Paraíba decidem por rompimento .
Publicado em 29/03/2016 às 8:00
O PMDB vai oficializar o desembarque do governo Dilma Rousseff hoje, por aclamação. A decisão é resultado de articulação promovida pelo grupo do vice-presidente Michel Temer. A tendência é que o partido aprove ainda o prazo até o dia 12 de abril para que os sete ministros da sigla deixem seus cargos. O mesmo valerá para outros peemedebistas empregados em cargos de confiança na administração federal.
A tomada de posição foi fechada após reunião entre Temer e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), considerado o "último bastião" do governismo no PMDB. Pelo acordo, Temer não presidirá a reunião que vai selar o desembarque. Os ministros peemedebistas também não irão à reunião.
Apesar dos apelos da presidente Dilma e de seu antecessor, Lula, o Planalto não conseguiu conter a tendência de debandada do PMDB, agravada nos últimos dias com a exposição das posições anti-Dilma dos maiores diretórios estaduais da sigla, como Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Michel Temer, no domingo avisou ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o PMDB, aprovará o desembarque oficial do governo na reunião de seu diretório nacional. Foi a primeira vez que Lula conseguiu se reunir com Temer desde que o partido decidiu pela saída oficial do governo.
O formato da convenção de hoje foi fechado em reunião na residência oficial do Senado Federal com a presença de outros senadores peemedebistas. Com o acordo, a tentativa do comando nacional do partido é evitar demonstrar a divisão do partido no encontro do diretório nacional da legenda.
Em estratégia esboçada com a presidente Dilma Rousseff, os sete ministros do partido não devem participar da reunião. A ausência deles é vista, no entanto, com naturalidade pela cúpula nacional, que entende o constrangimento que eles poderiam passar no encontro. Com a avaliação de que a "batalha desta terça-feira está perdida", o foco do Palácio do Planalto é tentar agora segurar a maior parcela possível do partido no movimento contrário ao impeachment. Nas palavras de um assessor da presidente, "amanhã é uma batalha perdida dentro de uma guerra maior".
DEMISSÃO
O ministro Henrique Eduardo Alves (Turismo) redigiu carta em que pediu demissão do governo Dilma Rousseff. O peemedebista, próximo ao grupo do vice-presidente Michel Temer, foi o primeiro dos sete integrantes do partido a pedir para deixar o primeiro escalão do governo da petista.
A decisão do ministro foi oficializada minutos após o PMDB fechar questão sobre o desembarque do governo.
Na carta, Henrique Eduardo Alves cita o vice-presidente e diz que "o momento nacional coloca agora o PMDB, meu partido há 46 anos, diante do desafio de escolher o seu caminho, sob a presidência de meu companheiro de tantas lutas, Michel Temer".
PARAÍBA
Ontem à noite, o PMDB da Paraíba decidiu romper com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). A decisão foi tomada por unanimidade em reunião realizada em Brasília, no gabinete do senador José Maranhão, presidente estadual da legenda.
"Decidimos por unanimidade pelo desembarque do governo, seguindo a decisão da direção nacional do PMDB", explicou Maranhão, acrescentando que a Paraíba tem 15 votos na reunião do diretório.
Além de Maranhão, participaram da reunião o senador Raimundo Lira, os deputados federais Manoel Junior, Veneziano Vital do Rêgo e Hugo Motta e demais diretorianos. (Com Josusmar Barbosa)
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