POLÍTICA
PMDB e PT divergem sobre a proporcional
Petistas alegam que sairiam prejudicados na proporcional; PMDB também reforçou aliança firmada na majoritária para a proporcional.
Publicado em 17/06/2014 às 6:00 | Atualizado em 30/01/2024 às 14:43
A formação de coligação para a disputa proporcional está causando divergências entre o PMDB e PT. Os petistas alegam que sairiam prejudicados na proporcional, enquanto o PMDB ratificou a intenção de estender a aliança firmada na majoritária também para a proporcional. O assunto foi o mais comentado durante um encontro de lideranças do PMDB, realizado na manhã de ontem, em João Pessoa. O presidente estadual do PT, Charliton Machado, afirmou que o debate sobre a chapa proporcional nunca esteve em negociação.
O deputado Trócolli Júnior (PMDB) defende o “desmantelamento da aliança” imediatamente, caso os dois partidos não se coliguem também na proporcional. “Porque nós agora só temos 13 dias para procurarmos os caminhos que vamos tomar. Não podemos pensar nos candidatos majoritários e esquecer dos candidatos proporcionais. A aliança deve ser desfeita se isso acontecer”, disse.
Já o deputado Gervásio Maia (PMDB), informou que as divergências quanto à aliança na proporcional dificultam inclusive a apresentação do nome de Lucélio Cartaxo, pré-candidato ao Senado, no interior do Estado. “Ou iniciamos esse projeto com sintonia ou fica extremamente complicado”, frisou Gervásio.
O presidente do PMDB, o ex-governador José Maranhão, tentou amenizar as divergências ao dizer que desconhece a decisão do PT de não se coligar na proporcional com o PMDB. “Ainda ontem (domingo) estive reunido com a cúpula do PT e discutimos essa questão para encontrar uma equação que possa conciliar o interesse da chapa proporcional do PMDB com a chapa proporcional do PT e outros partidos. Todos estão buscando aliança, mas não tem nenhuma aliança formada definitivamente”, disse José Maranhão.
O ex-governador revelou que foi comprovado através de cálculos, que na possível aliança PMDB-PT-PSC-PR, pode favorecer a todos os candidatos.
Já o presidente estadual do PT, Charliton Machado, explicou que o seu partido atendeu a todas as reivindicações do PMDB, inclusive retirando a candidatura de Nadja Palitot ao governo do Estado. Segundo ele, o debate sobre a disputa proporcional nunca esteve em mesa de negociação. “Portanto, essa dificuldade não veio para o debate pelas mãos do PT”, disse Charliton Machado. Da mesma forma, o deputado Anísio Maia (PT) afirmou que não aceita se coligar com o PMDB na proporcional.
O pré-candidato ao governo do Estado pelo PMDB, Veneziano Vital, demonstrou preocupação com a decisão do PT. “Ir para uma campanha dissociada, isolada, tanto do PMDB, quanto do PT, para a Assembleia Legislativa e Câmara Federal, nos preocupa. Os próprios integrantes dos partidos passarão a se ver como concorrentes, a rivalização se dará de forma interna. A formação de uma chapa proporcional, principalmente pela possibilidade de atrair o PSC, não causa prejuízos. Esperamos superar esses pontos divergentes nas próximas horas”, avaliou Veneziano.
VENEZIANO DESCARTA ALIANÇA COM PSB
No encontro de ontem, o PMDB reafirmou a pré-candidatura de Veneziano Vital ao governo do Estado e descartou a possibilidade de o ex-prefeito de Campina Grande ser o vice-governador na chapa encabeçada pelo governador Ricardo Coutinho (PSB). Tanto o presidente do PMDB, José Maranhão, quanto Veneziano Vital negaram a possibilidade de compor chapa majoritária com os socialistas.
“Até o dia 30 de junho vamos ter muitas indefinições e especulações. Existe uma candidatura, lutamos por ela e tentamos agora superar um desafio, que é convencer o PT de formar conosco tanto para a Assembleia como para a Câmara Federal”, disse Veneziano.
A intenção do pré-candidato é ter como vice-governador em sua chapa majoritária, um representante do Sertão. Para isso citou os nomes do deputado federal Leonardo Gadelha (PSC) e Wellington Roberto (PR). “São opções que nos permitiriam a segurança de agregar um valor político eleitoral ainda maior e faríamos uma distribuição geopolítica ideal”, avaliou Veneziano.
A formação de aliança com o PSC tem avançado, e, segundo Veneziano, o deputado Leonardo Gadelha demonstrou o compromisso de facilitar essa composição. “Léo (Leonardo Gadelha) facilitaria esse compromisso se o PT se firmasse conosco, porque isso ajudaria também ao entendimento dos deputados estaduais e também postulantes à Câmara Federal por parte do PSC”, concluiu. José Maranhão afirmou que o PMDB tem conversado permanentemente com o PSC e o PR.
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