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POLÍTICA

Poder na mão de três famílias

Famílias Gadelha, Pires de Sá e Abrantes disputam a hegemonia no município de Sousa, no Sertão nas últimas décadas.

Publicado em 29/04/2012 às 8:39


No domingo passado, o JORNAL DA PARAÍBA deu início a uma série de reportagens do projeto Eleições 2012. A primeira cidade abordada foi Cajazeiras, no Sertão. A reportagem trouxe um panorama geral da história política do município, bem como os problemas enfrentados pela população, como a falta de médicos e medicamentos. Hoje, você vai conhecer um pouco sobre a história política do município de Sousa, também no Sertão paraibano.

A 'Cidade Sorriso', como é conhecida, é o sexto maior colégio eleitoral do Estado, com 46.397 eleitores. Na disputa política nas últimas décadas no município, três sobrenomes se destacaram: Gadelha, Pires de Sá e Abrantes. Principal rival dos Gadelha, Antônio Marques Mariz era apoiado pela classe mais baixa, mas, pela sua esperteza, conseguiu o apoio da família Pires de Sá. A família Abrantes saiu da UDN para o PTB, acompanhado de Argemiro de Figueiredo, que tempo depois foi expulso do partido por João Agripino. A história política de Sousa é marcada por sucessivas disputas entre Gadelha e Mariz, duas famílias que acabaram se unindo anos depois.

De acordo com o historiador José Octávio de Arruda Melo, a força hegemônica de Sousa pertence à família Gadelha, que tinha o poderio econômico com uma usina de algodão. “Era um poder que polarizava o Sertão”, afirmou.

Mas a família Gadelha tinha um opositor à altura. No ano de 1963, Antônio Mariz passou em um concurso de promotor de Justiça para a cidade de São João do Rio do Peixe. Desde então, ele teve a preocupação de fazer política sucedendo ao pai (José Mariz), o qual foi o 'homem forte' do governo de Argemiro de Figueiredo.

Mariz decidiu entrar na política de Sousa pelo lado dos Abrantes, pelo PTB, e contou com o apoio do governador João Agripino.

Conforme explicou o historiador, houve uma separação entre lideranças eleitorais e familiares. O apoio de João Agripino a Mariz impressionou. Isso porque ele poderia ter votado com os Gadelha, que votava nele no período de 1945 a 1962. Fazendo o resgaste da história, José Octávio destacou que Agripino sempre foi eleito deputado federal mais votado graças ao maciço apoio dos Gadelha em Sousa. “Quando chega a hora que um primo dele diz que vai ser candidato, Agripino não titubeia e fica com Antônio Mariz”, frisou. Então, Mariz passa a dominar o cenário político em Sousa, sempre com manobras e estratégias. Com as alianças, Mariz passou a derrotar a poderosa família Gadelha. No ano de 1968, Mariz estabelece uma nova estratégia. Depois de muitos anos, e muito cansaço, o clã dos Gadelha decide declarar apoio a Antônio Mariz. “Nesse ano, Mariz se candidata a governador, é eleito, e Marcondes Gadelha fica como secretário”, disse.

Depois da morte de Mariz, muita coisa mudou na prática e a política se diversificou bastante. Porém, muitos políticos continuaram fiéis à memória do ex-governador. Ao mesmo tempo, os Gadelha retomaram a prefeitura. “Ainda tem político que sobe em palanque para falar no nome de Mariz, para dizer que ele foi a grande liderança do governo de João Agripino”, comentou.

O cientista político Ítalo Fittipaldi disse que Sousa, como outras cidades do interior, e até as capitais, tem um clã político bastante forte. “Se as famílias com tradição política não se adaptarem às mudanças das cidades, perdem espaço para novas lideranças.

Essas mudanças são a facilidade à informação e o próprio pensamento das pessoas”, afirmou.

Tradicional na política, na sociedade e na economia, o sobrenome Gadelha consegue manter seu espaço no Alto Sertão, apesar da derrota sofrida nas eleições municipais de 2008. Fábio Tyrone ganhou o pleito no 1° turno com 49,97% dos votos válidos, uma diferença de apenas 121 votos para André Gadelha, que teve 49,63% dos votos válidos, conforme dados oficiais do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba. O atual prefeito Fábio Tyrone é o que se pode chamar de 'anti-gadelhista'. “Ele ocupou o espaço que era de Mariz, apesar de não ser um marizista, até por ser um político jovem”, observou. (Com colaboração de Juliana Santos)

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Jornal da Paraíba

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