POLÍTICA
Polícia Federal decide indiciar Lula, Palocci e Marisa Letícia
Indiciamentos, que se estendem para outras quatro pessoas, fazem parte da Operação Lava Jato.
Publicado em 12/12/2016 às 20:30
Como parte da Operação Lava Jato, a Polícia Federal decidiu indiciar o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci, a ex-primeira-dama Marisa Letícia e outras quatro pessoas.
Lula foi indiciado pelo crime de corrupção passiva. Já as demais pessoas citadas foram indiciadas por lavagem de dinheiro.
Confira a lista de indiciados
Luiz Inácio Lula da Silva - ex-presidente da República
Marisa Letícia Lula da Silva - ex-primeira-dama
Antônio Palocci Filho - ex-ministro nos governos Lula e Dilma
Glaucos da Costa Marques - Sobrinho do pecuarista José Carlos Bumlai, já condenado na Lava Jato
Demerval de Souza Gusmão Filho - Dono da empresa DAG Construtora
Roberto Teixeira - Advogado do ex-presidente Lula
Branislav Kontic - Assessor do ex-ministro Palocci
O indiciamento trata de dois casos distintos, que corriam em inquéritos diferentes. O primeiro trata da compra de um terreno, que supostamente seria utilizado para a construção de uma sede do Instituto Lula.
O segundo diz respeito ao aluguel do apartamento que fica em frente ao que o ex-presidente mora. Segundo a PF, ambos os casos têm relação com pagamento de propina da construtora Odebrecht ao ex-presidente.
O delegado Márcio Adriano Anselmo, que produziu o indiciamento, decidiu unir as duas investigações, por, conforme ele, se tratarem de fatos correlatos.
O ex-ministro Antônio Palocci, de acordo com as investigações, operava distribuindo a propina da Odebrecht ao Partido dos Trabalhadores (PT). A PF afirma que ele usava a influência para atuar em favor dos interesses da empreiteira junto ao governo federal.
Conforme a PF, Lula foi um dos beneficiários dessa propina. Uma parte dela foi com a compra do terreno que seria usado para a construção da sede do INstituto Lula. O terreno foi adquirido por meio da DAG Construções. A polícia diz que a empresa atuava como um preposto da Odebrecht. Embora o terreno tenha sido adquirido, não houve mudança na sede do instituto para o referido terreno.
Posicionamento de Lula
Em nota divulgada em uma rede social, a equipe de Lula comentou que "o delegado Márcio Anselmo e a Operação Lava-Jato, perderam hoje qualquer pudor ou senso de ridículo ao apresentar um relatório com acusações sem qualquer base contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sua esposa Marisa Letícia, seu advogado Roberto Teixeira, entre outras pessoas".
Segundo a nota, "as acusações tratam do apartamento vizinho ao do ex-presidente, o qual ele paga aluguel, e um terreno que jamais foi e onde jamais funcionou o Instituto Lula, que tem uma única sede, adquirida em 1990 pelo Instituto de Pesquisas e Estudos do Trabalhador (IPET), entidade que antecedeu o Instituto Cidadania e o Instituto Lula".
A nota ressalta, ainda, que "perguntas foram encaminhadas pela Polícia Federal ao ex-presidente apenas na última quarta-feira , com prazo de dois dias para respostas, que foram enviadas às 20:30 de sexta-feira. E hoje, o delegado, que já emitiu ataques ao ex-presidente no Facebook dizendo que 'alguém precisa parar essa anta', e defendeu o candidato Aécio Neves, ao invés de se declarar suspeito para atuar nos casos envolvendo o ex-Presidente, apresenta um relatório sem qualquer base factual e legal ou fundamento lógico".
"O relatório sai no mesmo dia em que pesquisas revelam que Lula lidera a corrida presidencial, e quando outro processo fútil da Lava Jato, sobre um tríplex do Guarujá que tentam atribuir a propriedade ao ex-presidente e alguma relação com desvios da Petrobras, tem suas testemunhas afirmando que Lula e sua família jamais tiveram as chaves do tal apartamento ou sua propriedade. As práticas contra Lula consistem em mais um exemplo de 'lawfare' e foram denunciadas por seus advogados perante o Alto Comissariado de Diretos Humanos das Nações Unidas. O governo brasileiro tem até o dia 27 de janeiro para responder contra os abusos de autoridade cometidos com fins políticos contra o ex-presidente da República", finaliza a nota.
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