Prefeito de Teixeira e vice são cassados duas vezes no período de 3 meses

O juiz da 30ª Zona Eleitoral, Carlos Gustavo Guimarães, cassou os mandatos do prefeito e vice do município de Teixeira, no Sertão da Paraíba, Edmilson Alves dos Reis (MDB), mais conhecido como “Nego de Guri”, e José Amarildo Meira de Vasconcelos (PSB), respectivamente, por captação ilícita de votos, praticada no pleito municipal de 2016. O magistrado também determinou a realização de novas eleições.

Carlos Guimarães julgou procedente uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), apresentada pela coligação adversária 'O Povo Pode Mais', encabeçada por Wenceslau Sousa Marques (PDT). Foi a segunda cassação dos gestores em três meses. Em janeiro deste ano, Edmilson e Amarildo Meira tiveram os diplomas cassados por abuso do poder político, praticado nas eleições de 2016, pelo mesmo juiz.

Na AIJE julgada agora, o prefeito foi acusado de captação ilícita de sufrágio, através da distribuição de material de construção, especialmente sacos de cimento, a eleitores em troca de votos. No dia 19/09;2016, a coligação adversária denunciou que o prefeito Edmilson Alves teria prometido dez sacos de cimento a um eleitor conhecido por “Pedro de Galega” em troca de seus votos e de seus familiares, entregando-lhe uma nota de autorização para receber os mesmos em uma loja de material de construção.

Ouvido na Justiça, o eleitor confirmou o recebimento do cimento. A funcionária do estabelecimento disse, em depoimento, que liberava os sacos de cimento por orientação do prefeito Edmilson Alves. Na casa do eleito, foram apreendidos o material.

Recurso ao TRE

A defesa de Edmilson Alves negou a prática de captação ilícita de votos e anunciou que vai recorrer da decisão ao Tribunal Regional Eleitoral, a exemplo da primeira cassação. Ele foi reeleito prefeito de Teixeira nas eleições de 2016 com 4.630 votos, o que corresponde a 51,27% do eleitorado. Edmilson  venceu o candidato Wenceslau Souza Marques (PDT) com uma diferença de 229 votos.