POLÍTICA
Prefeituras da PB fecham as portas em protesto contra a crise
Cerca de 150 municípios participam da mobilização que vai discutir os cortes de recursos federais. Com a 'greve', apenas serviços essenciais serão mantidos.
Publicado em 24/09/2015 às 7:12
Cerca de 150 prefeituras paraibanas paralisam as atividades hoje durante a 'Mobilização Municipalista Permanente'. A intenção é mostrar as dificuldades enfrentadas pelos municípios diante das crises financeira e hídrica. No período da manhã, os gestores participam de uma audiência pública na Assembleia Legislativa para debater o corte de recursos promovido pelo governo federal. Levantamento com base nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) mostra pequena elevação dos valores.
No município de Sousa estarão funcionando apenas os serviços de limpeza urbana e o atendimento do Samu. O presidente da Federação das Associações dos Municípios da Paraíba (Famup), Tota Guedes, afirmou que alguns municípios estão em extrema dificuldade financeira, inclusive, 50 prefeituras tiveram o saldo de suas contas zerado no último dia 10, quando receberam a parcela mais importante do FPM. Outros ficaram com saldo negativo, a exemplo das prefeituras de Sousa e Cubati.
O prefeito de Sousa, André Gadelha, citou as dificuldades para arcar com as despesas de custeio, merenda escolar, combustível e energia elétrica. No município foram interrompidas 11 obras executadas com recursos próprios, a exemplo de campos de futebol, ciclovias, operação 'tapa buraco', além da manutenção e limpeza de alguns prédios e reconstrução de salas de aula.
Já segundo o presidente da Famup, o governo federal mantém 397 programas que são subfinanciados. Entre as reivindicações, os prefeitos pedem a desoneração dos impostos e um diálogo com o governo federal para discutir o impacto do aumento do salário mínimo e do piso nacional do Magistério e dos agentes comunitários de saúde. Levantamento feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostra que o impacto nas contas das administrações municipais paraibanas será de R$ 108 milhões. O presidente da Assembleia, Adriano Galdino (PSB), ressaltou que o objetivo da audiência pública é unificar o discurso.
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