POLÍTICA
Presidente da CNI diz que sem reformas, Brasil não tem investimentos
Depois da trabalhista, Robson Andrade defende mudanças na previdência e no sistema tributário.
Publicado em 11/11/2017 às 10:32
Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, a mudança na legislação trabalhista que entra em vigor, neste sábado (11), vai gerar mais empregos no país. Agora é a vez do Congresso Nacional votar as demais mudanças quanto à previdência e área tributária.
“A reforma da previdência é fundamental para o Brasil porque, sem esta reforma, o país vai viver com problemas de inflação, juros elevados e falta de investimento. Então, ela é importantíssima. E a outra é a reforma tributária e também a gente está trabalhado muito com os parlamentares e o governo para que seja possível fazer uma reforma decente”, asseverou Robson, que na terça-feira (7) participou da solenidade de inauguração do SESI Museu Digital de Campina Grande, onde concedeu entrevista.
JP – Como se deu a parceria entre para a implantação do SESI Museu Digital de Campina Grande?
- É um projeto encantador. É uma parceria do SESI com a Prefeitura de Campina Grande, um projeto de inovação, de história, que mostra a cultura da cidade. Com certeza vai ajudar muito as crianças, os jovens a conhecerem mais a história da sua cidade e também melhorar o nível de educação, de conhecimento e de tecnologia.
JP- Quais as expectativas da CNI, em relação à aprovação das reformas?
- Nós estamos trabalhando para a reforma da previdência que é fundamental para o Brasil porque. sem esta reforma, o país vai viver com problemas de inflação, juros elevados e falta de investimento. Então, ela é importantíssima. E a outra é a reforma tributária e também a gente está trabalhado muito com os parlamentares e o governo para que seja possível fazer uma reforma decente.
JP -Em ano pré-eleitoral, os parlamentares não ficam com medo de votar a reforma da
previdência?
- Olha, certamente estão. Eu acho que ficam preocupados muito mais pela desinformação da sociedade com relação à reforma da providência porque a proposta dela não retira nenhum direito do trabalhador. Por outro lado, os problemas da previdência estão exatamente nos níveis altos de remuneração da Justiça, dos funcionários públicos que têm uma aposentadoria com salários com aumento e até ganhando e isso o país não consegue sustentar. Então, a reforma da previdência não vai mudar nada para mim, para você, para as pessoas que estão trabalhando e produzindo. Vai mudar para aqueles que estão ganhando sem trabalhar muito. Então, os parlamentares deviam ter uma consciência que é preciso votar isto em favor do Brasil.
JP - O que é possível fazer para melhorar a participação do setor industrial no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro que já foi muito expressivo?
- Primeiro, algumas mudanças que aconteceram foram mais de classificação do que realmente da atividade industrial. O IBGE começou a computar outros setores e a fazer outros tipos de pesquisa e isso teve uma redução no PIB, mas, por outro lado, nós representamos 33% do PIB e hoje a gente chega ai a 22% do PIB. O que nós temos que fazer é entender é que nenhum país grande é importante sem ter uma indústria forte. O que faz desenvolvimento de tecnologia, de inteligência, que dá produtividade e ganhos de produtividade e de competitividade de outros setores é a indústria. É a indústria que trabalha pra melhorar a produtividade do campo, dos serviços bancários, por exemplo. Então, a gente está trabalhando para que haja propostas neste sentido, de que ou a indústria volte a ter apoio, desenvolvimento de tecnologia e inovação.
JP - O senhor vê a carga tributária alta do país como entrave para o crescimento da indústria?
- Claro, porque isso reduz o consumo porque na realidade quem paga o imposto não é o empresário, ele é apenas um repassador do imposto, quem paga o imposto é a sociedade que é quem consome e quando tem um imposto alto, a pessoas consomem menos. O que você tem de fazer é reduzir os impostos para que haja aumento maior do consumo e da qualidade de vida também.
JP - Um dos argumentos da reforma trabalhista foi aumentar o nível de empregos. Ela vai entrar em vigência neste sábado (11). Em que medida no setor industrial haverá esse incremento?
- O incremento vem porque facilita a contratação e principalmente reduz a insegurança jurídica que existe atualmente com essa bagunça que existe na justiça trabalhista. Não é em todos os estados, mas muitos têm a atuação da Justiça do Trabalho completamente em desfavor dos investimentos, da produção e consequentemente do trabalhador.
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