POLÍTICA
Promotor divulga nome de acusado de dar "calote" em eleitores de JP
Amadeus Lopes, promotor da 64ª Zona Eleitoral, dispõe de foto do suspeito e disse que ele responde a procesos em quatro estados do Nordeste.
Publicado em 11/10/2008 às 9:41
Janildo Silva, do Jornal da Paraíba
O promotor eleitoral da 64ª Zona Eleitoral, Amadeus Lopes, divulgou na sexta-feira (10) o nome do suposto cooptador de votos conhecido como “Rodrigo”. O responsável direto pelo “calote”, supostamente em nome do vereador eleito Felipe Leitão (PRP), seria Iomar Rodrigues dos Santos, que estaria respondendo a processos em Campina Grande, Sergipe, Alagoas e Pernambuco.
Iomar chegou a ser detido e liberado pela Polícia Federal na quinta-feira que antecedeu as eleições, conforme declarações do delegado Derly Brasileiro, e se encontra hoje com paradeiro não identificado.
O promotor confirmou que já dispõe de uma foto do acusado e garantiu que, em breve, estará disponibilizando as imagens à imprensa. Acusado de ser o responsável pelo esquema que teria ludibriado dois mil eleitores, Iomar teria por volta de 40 anos, cabelo grisalho, estatura mediana e marcas de acne no rosto.
Advogados que acompanham o caso garantem já ter entregado ao Ministério Público cópia de um CD com o áudio de uma das “reuniões” em que o acusado oferecia vantagens em troca de votos. Rodrigues teria ainda, “chantageado” eleitores, conforme depoimentos prestados à Justiça Eleitoral, afirmando possuir “gente” dele na Justiça Eleitoral e na imprensa.
Os depoimentos dizem ainda que o esquema teria funcionado nos bairros do Padre Ibiapina, Cristo, Grotão, Mangabeira, Costa e Silva, Favela do Baleado, Bairro dos Novaes, Gervásio Maia, Colinas do Sul, Geisel e Valentina de Figueiredo. “Rodrigo” disse ainda que possui “ comparsas na Polícia Federal”. E ainda que “... quem denunciasse o esquema não iria adiantar nada, pois ele teria comparsas na Polícia Federal e na Justiça Eleitoral.
Apesar do grande número de provas, Amadeus nega já existir algum posicionamento por parte do Ministério Público sobre a culpabilidade ou não de Felipe no caso. “É muito cedo. O que podemos dizer é que estamos juntando provas materiais e depoimentos sobre o caso”, arrematou. Apesar de o processo não estar em segredo de Justiça, foi pedido à imprensa que não divulgasse os nomes dos depoentes.
Segundo Amadeus, entre 100 e 120 estiveram na manhã de ontem no cartório eleitoral, na capital, e até ontem, ele ouviu os depoimentos de sete pessoas. “Ontem, consegui escutar mais quatro pessoas, e todas elas diziam a mesma coisa”, disse, explicando que a Justiça Eleitoral fixa um número máximo de pessoas a serem ouvidas, mas que os depoimentos eram no mesmo sentido, da compra de votos. O promotor eleitoral requisitou para a próxima semana a busca e apreensão de três veículos utilizados por “Rodrigo” para se apresentar às comunidades.
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