POLÍTICA
Proposta de privatização do São João gera polêmica em Campina Grande
Proposta de vereadores gera debate, e prefeito em exercício, Ronaldo Cunha Lima Filho, se posiciona contra mudança no formato
Publicado em 11/06/2015 às 8:20 | Atualizado em 08/02/2024 às 12:27
A proposta de privatização do São João de Campina Grande está provocando a “maior polêmica do mundo” entre integrantes dos poderes Legislativo e Executivo, principalmente após a prefeitura ter cancelado 12 shows, alegando falta de recursos. O vereador Ivam Batista (PROS) foi o primeiro a defender que bandas e cantores excluídos da programação sejam recontratados. As despesas com os cachês seriam pagas com a taxa cobrada na entrada do Parque do Povo no valor de R$ 5,00 nos finais de semana. Para o futuro, o parlamentar defende a privatização completa.
Em seguida, o presidente da Câmara, Pimentel Filho (PROS), pregou que a organização da festa seja entregue à iniciativa privada, mas que a população campinense e turistas tenham livre acesso ao Parque do Povo e aos shows. A tese de Pimentel é que a PMCG faça uma licitação pública e a empresa vencedora captaria para ela os patrocínios, venderia os camarotes, as barracas, os quiosques e outros produtos.
O vereador Napoleão Maracajá (PCdoB) se posicionou contra a privatização dos festejos juninos na cidade. “O São João é uma festa de rua e o parque é do povo, construído com recursos públicos. A privatização irá excluir a maioria da população pobre da festa”, ressaltou.
O vereador licenciado e secretário municipal de Cultura, Lula Cabral (PRB), se posicionou contra a cobrança de taxa ao forrozeiro que for dançar no Parque do Povo. “A festa já começou e não sou a favor que se mude as regras do jogo”, disse.
Por seu turno, o prefeito em exercício Ronaldo Cunha Lima Filho (PSDB) disse ainda que a proposta de privatização do São João é inoportuna e inadequada. “Após trinta e dois anos, não tem a essa altura imaginar como cobrar ingresso da já sofrida população brasileira”, afirmou o tucano.
EMBATE
No arraial político, a proposta de privatização do São João não é somente o ponto de discórdia. Prefeitura e governo do Estado não dançam no mesmo ritmo sobre patrocínio público para a festa. Na abertura do evento, no fim de semana, o prefeito Romero Rodrigues (PSDB), que já tirou uma nova licença, e Ronaldo Filho criticaram a falta de apoio financeiro do governo do Estado aos festejos juninos.
A resposta foi dada por Fábio Maia, chefe de gabinete do governador Ricardo Coutinho, durante a abertura do Salão do Artesanato em Campina Grande. “Quem não tem na maioria das vezes o que mostrar procura apontar defeitos nos outros. Nós estamos em uma situação de crise econômica e hídrica", disse, citando que a prioridade é socorrer as cidades castigadas pela seca.
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