POLÍTICA
Protestos contra a classe política marcam desfiles do carnaval de São Paulo e do Rio
Escolas criticam políticos e juízes e compararam presidente Michel Temer a um vampiro.
Publicado em 12/02/2018 às 10:13 | Atualizado em 13/02/2018 às 10:30
Foram muitos os protestos contra a classe política nos desfiles das escolas de samba do carnaval de Rio de Janeiro e São Paulo, que aconteceram neste fim de semana e seguem até esta segunda-feira (12). As provocações vão de temas que criticam o moralismo de alguns políticos até caricaturas do presidente Michel Temer.
Em São Paulo, a X-9 Paulistana, que desfilou no sábado (10), trouxe um carro com referências à corrupção dos políticos. No carro 'A Casa da Mãe Joana', os integrantes estavam vestidos de juízes e políticos com malas de dinheiro e notas na cueca. Alguns tinham o terno sujo de lama e usavam a faixa presidencial.
Já no Rio de Janeiro, a Paraíso do Tuiuti trouxe na madrugada desta segunda o enredo 'Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?'. No último carro alegórico, um dos destaques era o 'Vampiro do Neoliberalismo', representado por um vampiro usando a faixa presidencial. O vampiro foi interpretado pelo professor de história Léo Morais.
“Eu acho que a gente está fazendo uma coisa que todo mundo quer. Todo mundo quer botar pra fora, as pessoas querem gritar o 'Fora Temer', as pessoas querem se manifestar”, explicou Léo.
A reforma trabalhista foi mencionada na sinopse do enredo da escola, que traça um paralelo da escravidão com os dias atuais. "Segue vivendo espreitada no antigo pensamento de 'nós' e 'eles' e não nos permite enxergar que estamos todos no mesmo barco, no mesmo temeroso tumbeiro, modernizando carteiras de trabalho em reformadas cartas de alforria", diz um trecho.
Além disso, a escola levou para a Sapucaí uma ala de 'manifestantes fantoches', uma ironia referente aos manifestantes que pediram o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A Mangueira, por sua vez, teceu críticas indiretas ao prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella. Taxado de 'prefeito anticarnavalesco', Crivella - que é evangélico e reduziu o financiamento para as escolas de samba - foi alvo do enredo que canta “Pecado é não brincar o carnaval”.
Protestos devem continuar na segunda noite de desfiles no Rio
A Beija-Flor de Nilópolis, que desfila na madrugada de terça-feira (13) também fará críticas sobre temas políticos. No enredo 'Monstro é aquele que não sabe amar. Os filhos abandonados da pátria que os pariu', a escola ampliará ainda mais as críticas para os temas de intolerância social, política, étnica e religiosa.
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