POLÍTICA
PSDB entrega cargos a Ricardo, mas não lança Cássio
Decisão por candidatura vai depender de pesquisa. Cássio admitiu que pode ser candidato ao Governo.
Publicado em 24/02/2014 às 14:18
Após mais de duas horas, a Executiva Estadual do PSDB decidiu, nesta segunda-feira (24), de forma unânime, entregar os cargos que ocupa na gestão do governador Ricardo Coutinho (PSB). A decisão é para que o partido fique livre para fazer uma pesquisa de opinião sobre a possibilidade de lançar candidatura ao Governo do Estado. Nome mais cotado, o senador Cássio Cunha Lima admitiu que pode voltar a concorrer ao Executivo estadual.
“A partir de agora passo a admitir a possibilidade de candidatura”, disse Cássio Cunha Lima em entrevista coletiva após a reunião. O senador explicou que após o Carnaval o partido vai apresentar um calendário de consultas e destacou que a população da Paraíba terá um papel fundamental na decisão de lançar candidatura própria ou voltar a se coligar com o PSB.
“Eu não acredito em um processo de representação política que seja feita apenas em representação partidária, em agrupamentos partidários. Continuo acreditando que só existe democracia com a soberania do povo, a quem cabe tomar decisão e fazer suas escolhas”, disse Cássio justificando a decisão da Executiva de realizar a pesquisa.
O senador ressaltou que a consulta sobre a candidatura será feita de várias formas, como reuniões organizadas pelo partido de forma regional, pesquisas de opinião e outros. “Tem como se apurar esse sentimento de diversas formas, não será um único caminho”, disse Cássio.
A decisão de entregar os cargos é válida para os ocupantes de primeiro e segundo escalão do Governo do Estado. Ela afeta diretamente uma secretária estratégica da gestão estadual: a de Planejamento, que é ocupada por Gustavo Nogueira. Durante a entrevista, Cássio deixou claro que o PSDB não pode pedir que os seus simpatizantes saiam do governo de Ricardo. “Seria uma postura muito arrogante de um partido político, querer interferir na vida de quem não está a ele filiado. A recomendação está limitada a quem está filiado ao PSDB”, ressaltou.
O senador tucano evitou usar o termo rompimento para falar da relação política com o Ricardo Coutinho. Ele disse que tem uma forma diferente de fazer política do governador, mas fez questão de destacar que em mais de três anos nunca fez críticas destrutivas ou eleitoreiras contra o socialista e ressaltou que a possibilidade de diálogo permanece aberta.
“Qualquer conversa que possa ocorrer no decorrer desse tempo deve ser precedida dos respados da consulta que será feita, do contrário não estamos fazendo algo coerente. Não há nenhum impedimento de realizar conversas com ninguém, mas a partir de agora o partido optou pelo caminho de consulta”, afirmou.
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