POLÍTICA
PT e PSDB terão menos líderes evangélicos em suas campanhas
Presença de lideranças religiosas nas campanhas do PT e do PSDB devem ser menores no primeiro turno do pleito.
Publicado em 02/08/2014 às 6:00 | Atualizado em 04/03/2024 às 17:27
Personagens com participação controversa na eleição de 2010, pastores evangélicos deverão desempenhar um papel mais discreto no primeiro turno da disputa deste ano.
Isso porque a presença de lideranças religiosas nas campanhas mais competitivas deverá ser menor agora.
Do lado petista, muitos dos que apoiaram a presidente Dilma Rousseff quatro anos atrás não estão mais com ela.
É o caso do bispo Manuel Ferreira, líder do ramo Madureira da Assembleia de Deus, e do senador Magno Malta (ES), embora seu partido, o PR, esteja coligado com o PT.
Hoje, os dois pedem voto para o Pastor Everaldo (PSC), outro membro do ramo Madureira, ele próprio também apoiador de Dilma em 2010.
Tido como um dos mentores da candidatura Everaldo (3% no Datafolha), Ferreira diz que as igrejas se afastaram de Dilma "por uma questão de princípios". Faltou a ela a defesa de pilares firmados com o PT, como "a defesa da vida" (referindo-se ao aborto) e "o respeito à família tradicional" (em oposição à ampliação de direitos de homossexuais), afirma.
Líder da Sara Nossa Terra e também pró-Dilma em 2010, o bispo e ex-deputado Robson Rodovalho está indeciso.
Assim, entre as evangélicas com muitos seguidores, a Igreja Universal poderá ficar como a única apoiadora de Dilma neste ano.
ESVAZIAMENTO
Do lado tucano, a situação é parecida. Nem todos os apoiadores de Serra em 2010 estarão com Aécio Neves neste ano. Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial, não deu sinais de que irá se envolver na eleição presidencial. Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, também fechou com Everaldo.
"Vamos marcar posição. Se os evangélicos são 25% [da população], Everaldo pode chegar a 8% ou 10% e ser um cara fundamental para decidir o segundo turno", diz.
Outros dois influentes apoiadores do PSDB em 2010 ainda não definiram posição. Um deles é Renê Terra Nova, com forte atuação na região Norte. O outro é José Wellington Bezerra, da Assembleia de Deus Belém.
Bezerra é antigo apoiador dos tucanos paulistas, mas neste ano, um de seus filhos tenta a reeleição de deputado pelo PR, coligado ao PT.
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