POLÍTICA
Refugiados da Venezuela são transferidos para a Paraíba
Eles vão viver em um abrigo no distrito de Jacumã, no Conde.
Publicado em 03/07/2018 às 10:43 | Atualizado em 03/07/2018 às 18:46
O Governo Federal, com apoio do Sistema ONU no Brasil, realiza nesta terça-feira (3) o embarque de 164 solicitantes de refúgio e migrantes em Boa Vista (RR) para cidades dos estados da Paraíba, Pernambuco e Rio de Janeiro. A aeronave, um Boeing 767, decolou do Aeroporto Internacional de Boa Vista Atlas Brasil Cantanhede às 8h30 (9h30 de Brasília). A estimativa é que 45 pessoas sejam levadas para Conde, no litoral sul da Paraíba. Além deles, 69 serão levados para Igarassu, em Pernambuco, e 50 para o Rio de Janeiro, capital.
Os venezuelanos que optaram por morar no Conde irão viver em um abrigo no distrito de Jacumã, que é de responsabilidade do Serviço Pastoral do Migrante. O local abrigará prioritariamente homens e mulheres entre 18 e 30 anos, além de famílias.
Já os abrigos Igarassu e do Rio de Janeiro são administrados pela ONG Aldeias Infantis SOS. Com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), a ONG receberá famílias com crianças e adolescentes, além de mulheres sozinhas ou grávidas.
Esta será a primeira vez que essas três cidades recebem venezuelanos voluntários da interiorização. Os imigrantes sairão em um voo de Boa Vista com destino ao Recife. Na capital pernambucana, desembarcam aqueles que optaram por morar em Pernambuco e na Paraíba. O avião seguirá viagem para o Rio de Janeiro.
A interiorização, segundo a Casa Civil, é uma iniciativa criada para ajudar venezuelanos em situação de extrema vulnerabilidade a encontrar melhores condições de vida em outros Estados brasileiros. Todos os solicitantes de refúgio e migrantes que aceitam participar da transferência para outras cidades passam por uma sessão de orientação sobre o processo de interiorização e as cidades de destino, realizam exame de saúde, são imunizados, abrigados na cidade de destino e acompanhados nos abrigos.
Outros refugiados
Ao todo, 527 venezuelanos foram levados para as cidades de São Paulo, Cuiabá e Manaus, em durante os meses de abril e maio. O processo é organizado pelo Governo Federal com apoio da ACNUR, da Organização Internacional para as Migrações (OIM), do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Por meio do registro dos venezuelanos abrigados em Roraima, o ACNUR estabelece o perfil desta população e identifica os interessados em participar da estratégia. A OIM e o UNFPA atuam na informação prévia ao embarque, garantindo que as pessoas possam tomar uma decisão informada e consentida, sempre de forma voluntária. O UNFPA promove diálogos com as mulheres para que se sintam fortalecidas neste processo.
A OIM ajuda na organização dos voos e acompanha os venezuelanos participantes no processo, que assinam termo de voluntariedade. O PNUD tem promovido seminários com o setor privado para estimular a inserção de trabalhadoras e trabalhadores venezuelanos no mercado de trabalho brasileiro.
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