POLÍTICA
Relembre os escândalos políticos que marcaram o país ao longo dos anos
Desde a redemocratização do Brasil, mandatários se envolvem ou são envolvidos em inúmeras 'maracutaias'.
Publicado em 06/03/2016 às 8:00
A história do Brasil é pródiga em escândalos envolvendo seus mandatários. Desde o império até os dias atuais, não são incomuns as denúncias que envolvem homens e mulheres públicos por causa da dilapidação do dinheiro da União.
A reportagem traz um recorte mínimo de centenas de escândalos registrados nas gestões dos seis presidentes que assumiram o mandato após a redemocratização: José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luís Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
De todos, o Petrolão, com mais de US$ 200 milhões desviados, ganha destaque em relação aos outros esquemas denunciados. Ocupa o topo também por envolver uma rede de empresários, empreiteiros, doleiros e políticos que acabaram parando na cadeia.
A presidente Dilma Rousseff nega participação no suposto esquema, apesar das acusações feitas pelo ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral. Em delação premiada, ele teria dito que a presidente agiu para tentar impedir as investigações da Polícia Federal.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) (Jan. 2003/Dez. 2010)
Mensalão
Foi o nome dado ao esquema implementado logo no primeiro mandato do ex-presidente para a compra de votos de parlamentares no Congresso. Os protagonistas: membros do PT, PPS, PTB, PR, PSB, PRP e PP. A denúncia virou a ação 470, no Supremo, e resultou na prisão de expoentes petistas como José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares.
Sanguessugas
Em maio de 2006, a Polícia Federal desmontou um esquema de corrupção envolvendo nada menos que 87 deputados e 3 senadores de 10 partidos. Eles apresentavam emendas ao Orçamento da União para a compra de ambulâncias. Em troca, cobravam propina. Tudo com ajuda de servidores do Ministério da Saúde. Vários políticos paraibanos foram implicados.
Itamar Franco (Dez. 1992/ Jan. 1995)
Anões
Em 1993, um grupo de deputados montou um esquema de aprovação de emendas na Comissão de Orçamento do Congresso para desviar dinheiro público. Os deputados citados, que tinham pequena repercussão nacional, ficaram conhecidos como "Os Anões do Orçamento". No ano seguinte, seis deles foram cassados por corrupção.
Parabólicas
Em setembro de 1994, o então ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, conversava com o jornalista Carlos Monforte, em Brasília, durante intervalo de uma entrevista, supondo que ninguém mais poderia ouvi-lo. Mas, a conversa pôde ser captada por parabólicas e vazou. "Eu não tenho escrúpulos; o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde", dizia o ministro, que caiu dias depois.
José Sarney (Abr. 1985/ Mar. 1990)
CPI da Corrupção
A CPI apontou que Sarney liberava o dinheiro de fundos controlados pela Presidência a municípios, principalmente do Maranhão, sem quaisquer critérios. Para viabilizar a benesse, contava com a ajuda de seu ministro do Planejamento, Aníbal Teixeira. No final da CPI foram indiciados Sarney e outras 28 pessoas inseridas no esquema.
Caso Banespa
Foram dois escândalos. No primeiro, o banco foi fraudado resultando em um rombo de 1 bilhão de cruzados (R$ 900.000). No segundo, o banco foi envolvido, por meio dos empréstimos especiais chamados “antecipação de receita orçamentária”. O caso envolveu Oreste Quercia (ex-governador de São Paulo), Luiz Antonio Fleury Filho (ex-governador de São Paulo, ex-deputado federal), Júlio Sérgio Gomes de Almeida (Economista, ex-vice-presidente do Banespa), Otávio Ceccato (Advogado, ex-presidente do Banespa). O resultado foi a intervenção da instituição pelo Banco Central.
Dilma Rousseff (PT) (Jan. 2011 ....)
Passadena
A Petrobras fez um mau negócio ao comprar, em 2006, uma refinaria em Pasadena, nos EUA, como admitem os dirigentes de ontem e de hoje da estatal. Dilma era presidente do Conselho de Administração da Petrobras e deu aval ao negócio. A Petrobras pagou US$ 360 milhões por metade dos ativos de uma sucata adquirida um ano antes pela empresa Astra Oil por US$ 42,5 milhões.
Petrolão
Os desdobramentos da operação Lava Jato revelaram o maior escândalo da história do Brasil. Uma denúncia feita por Pedro Barusco, ex-gerente da diretoria de Serviços da Petrobras, revelou que no período de 2003 a 2013, o PT recebeu entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões em propina de 90 contratos firmados pela estatal. As denúncias não param de desgastar o governo.
Fernando Henrique (Jan. 1995/Dez. 2002)
Reeleição
Gravações revelaram que os deputados Ronivon Santiago e João Maia, do PFL do Acre, ganharam R$ 200 mil para votar a favor do projeto que autorizava o presidente, os governadores e os prefeitos do país a disputarem a reeleição. Os deputados renunciaram aos mandatos. Segundo a denúncia, tudo era combinado com o ex-ministro das Comunicações, Sérgio Motta.
Propina na privatização
A privatização do sistema Telebrás e da Vale do Rio Doce foi marcada pela suspeição. O ex-senador Antonio Carlos Magalhães fez uma acusação pesada a respeito da privatização das teles. Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de FHC e do senador José Serra, foi acusado de pedir propina de R$ 15 milhões para obter apoio dos fundos de pensão a um consórcio do empresários.
Fernando Collor (Mar. 1990/Dez. 1992)
Caso Collor
Estourou em maio de 1992. O ex-tesoureiro da campanha de Collor, Paulo César Farias, o PC, recebia propina de empresários interessados em negociar com o governo, ficava com 30% e repassava o restante ao presidente. Estima-se que o esquema tenha movimentado, US$350 milhões. O caso veio à tona através de Pedro Collor, irmão do presidente. Collor foi alvo de um impeachment.
LBA
A mulher do presidente Fernando Collor, Rosane Collor, na época presidente da Legião Brasileira de Assistência (LBA) foi acusada de envolvimento na compra superfaturada de 1,6 milhão de quilos de leite em pó pela instituição. Pelo preço praticado na época, ficou comprovado que a LBA pagou em torno de 25% a mais pelo quilo do leite. Rosane foi condenada em 1ª instância a 11 anos e 4 meses de prisão por corrupção passiva e peculato, mas foi absolvida nas demais instâncias.
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