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POLÍTICA

Revisor condena 6 por lavagem de dinheiro

Réus condenados integram os núcleos financeiro e político do esquema do Mensalão; entre eles está a dona do Banco Rural. 

Publicado em 13/09/2012 às 6:00


Em mais uma sessão marcada por bate-boca, o ministro revisor do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, condenou ontem seis réus por lavagem de dinheiro e inocentou quatro. Eles compõem os chamados núcleos financeiro e político do esquema, de acordo com a denúncia.

O ministro considerou culpados a dona do Banco Rural, Kátia Rabello, o ex-vice-presidente do banco José Roberto Salgado, o empresário Marcos Valério e seus ex-sócios Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, além de Simone Vasconcelos, diretora da agência de publicidade.

Segundo o Ministério Público, os dirigentes do banco na época permitiram que o empresário Marcos Valério e seus ex-sócios movimentassem milhões de reais de forma suspeita e omitiram os reais recebedores dos recursos e desrespeitaram normas dos órgãos de controle.

O Rural teria injetado R$32 milhões no esquema por meio de empréstimos simulados.

Lewandoswski considerou inocentes a ex-diretora do Rural, Ayanna Tenório, o vice-presidente Vinicius Samarane, Geiza Dias, ex-funcionária de Valério, e Rogério Tolentino, advogado do empresário.

O relator do caso, Joaquim Barbosa, votou pela condenação de nove réus e inocentou apenas Ayanna. Outros oito ministros ainda precisam analisar o caso. Ao pedir a condenação de Valério, o revisor disse que ele "foi um dos artífices de toda essa trama" e que "confirmou a sistemática adotada em seu depoimento".

Na avaliação de Lewandowski, o banco permitiu uma sequência de transações suspeitas das agências de Valério, o que representava uma política institucional do banco.

"A prova indica que ela [Kátia Rabello] mantinha estreito relacionamento com o acusado Marcos Valério. Kátia Rabello tinha, portanto, pleno conhecimento da origem espúria do dinheiro", disse.

Nas absolvições, Lewandowski fez críticas ao Ministério Público apontando que as acusações eram frágeis. Sobre Rogério Tolentino, disse que eram "ilações de caráter especulativo", acusações vagas e genéricas. "Leiam e releiam a denúncia", disse o revisor.

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Jornal da Paraíba

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