Ricardo evita falar de política mas solta farpas contra o Estado

Maurício Melo

Apesar de ter evitado falar de política e sobre eleições de 2010 na coletiva, na manhã desta sexta-feira (31), sobre as obras que serão inauguradas no mês de agosto pela Prefeitura, Ricardo Coutinho (PSB) lançou farpas contra o Governo do Estado. "Se a Prefeitura fosse esperar pelas ações do Estado, João Pessoa estaria numa situação muito inferior ao que está. O Estado interferiu muito pouco", disse.

Mesmo tendo tentado se desviar de todas as ações que remetessem à situação política do Estado e às eleições para o Governo do Estado, no ano que vem, o prefeito deixou transparecer descontentamento, principalmente quando o assunto foi Cagepa.

Ricardo disse que uma parceria em que a prefeitura entra com todos os gastos e mão de obra e o Estado com o nome não é interessante para a cidade. "Acontece que a Cagepa encerrou o contrato com a empresa prestadora de serviço e a operação 'tapa buraco' parou e a prefeitura não pode arcar com tudo", explicou.

Ainda sobre esta relação com o Estado, o prefeito da Capital disse que toda vez que a Prefeitura constroi um conjunto habitacional, entrega com saneamento, calçamento e eletrificação. "O dinheiro destas obras não é devolvido por serem de responsabilidade do Estado ou de quem quer que seja. E o pior é que quando o Estado lança um conjunto entrega sem água e semsanemaento, aí as pessoas vêm à porta da Prefeitura para cobrar".

Paraíba Palace

Por conta da obra no ponto de Cem Réis, Ricardo Coutinho, disse que visitou o Paraíba Palace, que segundo ele está alugado à Polícia Militar, e que ficou temeroso pelas condições em que o prédio está. "Os fios estão à mostra e as condições físicas são muito ruins. Aquele hotel precisará do triplo do investimento para ser reformado do que se houvesse uma intervenção agora", contou.

Energisa

Sobraram farpas também para a empresa Energisa. Ricardo chamou de gambiarra as ligações existentes na cidade, sobretudo no Centro Histórico. "Os fios oferecem um grande risco ao Centro Histórico. E a responsabilidade por qualquer problema maior será de responsabilidade da empresa, não da Prefeitura".

"A Prefeitura é um grande cliente da Energisa e não tem nenhum tipo de regalia. Pelo contrário, a empresa usa de espaço público e não paga nada, porque os postes e os fios ocupam espaço público", reclamou. "Eles dão a desculpa de que aEnergisa já foi uma estatal, mas já foi", enfatizou o prefeito.